São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Governador chegou tenso à reunião com Itamar

LUCIO VAZ

LUCIO VAZ; CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

CRISTINA GRILLO
O governador Nilo Batista chegou para a reunião com o presidente Itamar Franco ciente de que haveria o comando do Exército nas polícias do Rio. Mas introduziu alterações no texto do convênio para tentar preservar ao máximo a autonomia do Estado.
A primeira cláusula dizia que o convênio tem por objetivo fixar diretrizes de colaboração entre a União e o Estado "no que diz respeito à preservação da lei, da ordem pública e da segurança do cidadão".
Batista acrescentou a seguinte frase ao final da cláusula: "especialmente no que concerne à prevenção e repressão do contrabando de armas e tráfico de drogas" –atribuições do governo federal.
O governador entrou tenso no gabinete e mostrou-se magoado com as críticas da imprensa. "São feitas com emoção e não com racionalidade. As estatísticas só valem para o Rio", queixou-se.
Ele mostrou dados ao presidente afirmando que o índice de criminalidade é maior em São Paulo que no Rio. "Só falam do Rio".
O governador fez uma comparação com a violência nos EUA e comentou com Itamar: "Vendo a imprensa, entendo a diferença entre o que ocorre em Miami e aqui. Quando ocorre um crime em Miami, culpam o bandido. Aqui, a imprensa culpa o governo."
O Palácio do Planaldo considerou que a solução é a ideal para um final de governo. O governo não passa por omisso, mas também não adota uma posição mais arriscada, que possa envolver conflito com mortos.
O processo eleitoral também preocupou Itamar. "O Itamar fez questão de mostrar que evitaria uma ação que modificasse o resultado da eleição", disse o líder do governo Pedro Simon (PMDB-RS). Apesar disso, segundo Nilo, ficou decidido que
os governos federal e estadual não irão esperar as eleições para agir.

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