São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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PNBE prepara ação contra aumento abusivo

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) vai deflagar guerra contra aumentos abusivos dos preços das matérias-primas básicas para a indústria de transformação.
Com base em notas fiscais enviadas por seus associados, que comprovam aumentos de preços "exageradamente maiores" que os custos de produção, advogados do PNBE preparam um processo de abuso de poder econômico junto à Secretaria de Direito Econômico (SDE).
Emerson Kapaz, coordenador da entidade, diz que ou existe desde já uma resistência ou todos vão se acomodar com os aumentos abusivos e os repasses aos preços.
"Isso pode virar uma bola de neve e estourar o Plano Real", adverte. "Com a inflação inferior a 2% ao mês não há justificativa para aumentos de 40% e 50% na matéria-prima."
Kapaz afirma que a iniciativa tenta "frear o estouro da boiada" que, segundo ele, já existe em certos setores de matérias-primas. "Isso foi o principal fator responsável pelo fracasso de planos anteriores."
O PNBE pretende dar entrada no processo em meados da semana que vem. A SDE encaminhará a denúncia ao Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico) para novas investigações.
Para Kapaz, o fracasso de planos anteriores criou uma cultura de se aceitar passivamente os descalabros de aumentos de preços.
O PNBE não pode revelar as empresas que serão denunciadas por sigilo exigido pelo Cade.
Os maiores aumentos ocorrem nos setores petroquímicos e de papel e papelão (ver quadro).
Kapaz identifica três fatores para o aumento dos preços de matérias-primas: aumento do consumo a nível internacional, elevação dos preços nas Bolsas de Commodities e a demanda maior interna provocada pelo aumento de consumo a partir do real.

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