São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Visa anuncia "cheque eletrônico" para 95

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

A Visa vai lançar no Brasil, em 1995, um cartão de débito automático. É o Electron, que possibilitará ao usuário pagar suas compras e serviços com fundos da conta corrente, sem necessidade de recorrer ao crédito do cartão convencional.
A novidade foi anunciada ontem, em São Paulo, pelo norte-americano Edmund Jensen, 56, presidente mundial da Visa International. "Estamos testando esse cartão magnético no México", disse.
Em viagens ao exterior, o usuário poderá levar os dois cartões e decidir se utiliza crédito ou acessa seus próprios fundos, sugere Luis Acosta Acosta, gerente-geral da Visa no Brasil.
"Funciona como um cheque eletrônico", acrescenta. "A taxa será equivalente à do cartão de crédito".
A expectativa da Visa é que o cartão passe a ser emitido no início do próximo ano. Segundo Acosta, o Bradesco foi o primeiro banco a firmar, ontem, compromisso para fornecer o Electron aos clientes.
Procurado pela Folha, o diretor responsável pela área de cartão de crédito do Bradesco, Márcio Santos Souza, não quis ontem se manifestar.
O presidente mundial da Visa disse que a novidade será seguida por outras, como o cartão com chip que unificará funções de crédito e débito.
A Visa é gigante no ramo do dinheiro de plástico. Projeta atingir faturamento de US$ 600 bilhões em 1994, o que corresponderá a 62% do volume de vendas mundiais feitas com cartão.
Seus negócios no Brasil estão crescendo. No trimestre passado, que coincide com a implantação do real, bateu recorde de faturamento desde 1968, quando se instalou no país.
Os 4,1 milhões de usuários geraram compras de US$ 987 milhões –resultado 116% superior ao alcançado em igual período de 1993. Para se ter uma idéia do que a cifra significa, basta citar que esse foi o total movimentado pelo setor no mês passado.
A Visa projetava US$ 1,3 bilhão no último trimestre. Com o arrocho ao crédito, que também atinge os cartões, reviu a estimativa para US$ 1 bilhão.
"São medidas transitórias", supõe James Partridge, presidente da Visa para a América Latina, ao prever crescimento de 100% ao fim do primeiro ano do plano de estabilização, a exemplo do que ocorreu na Argentina.

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