São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Atacante incita Cerdeira a ver imagens da televisão

Jogador se isenta e aponta culpa de dirigente do São Paulo

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

"O Cerdeira deveria ver as imagens que as emissoras de televisão têm gravadas para descobrir que não fui eu quem iniciou a confusão."
Essa foi a reação do atacante Edmundo, do Palmeiras, quando foi informado pela Folha que o árbitro Cláudio Cerdeira o considera o principal responsável pela confusão do clássico contra o São Paulo, domingo passado.
"É visível que o principal culpado é o Kalef (João Francisco, diretor do São Paulo, que xingou o jogador durante a partida, mas não consta no relatório do árbitro)", disse Edmundo.
O jogador garante não temer a ameaça de pegar uma longa suspensão. "Todos viram que eu reagi a uma agressão."
Instruído por dirigentes palmeirenses, o atacante fez um boletim de ocorrência ontem, no 42º Distrito Policial, na Vila Sônia (zona sul de São Paulo).
O jogador queixou-se de ter sido agredido fisicamente pelos são-paulinos André, Muller e Gilmar, e moralmente pelo dirigente Kalef.
"Estou com marcas nas costas das pancadas que levei", disse Edmundo, acompanhado pelo zagueiro Tonhão, que prestou queixa de agressão física contra os jogadores André e Vítor, além de Kalef.
"Vamos agora instalar um inquérito e ouvir os envolvidos", disse o delegado Bento da Cunha, do 34º, que também é vice-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo.
Em sua opinião, se o árbitro Cerdeira carregar em seu relatório, Edmundo certamente será punido com uma pena extensa.
No domingo, o zagueiro André foi ao mesmo distrito, acusar Edmundo pelo soco no supercílio esquerdo.
Edmundo e Tonhão deixaram o distrito às 15h10 e rumaram para o 91º DP, onde se submeteram a um exame de corpo de delito.
Foram constatadas marcas de pancadas nas costas, ombros e pernas dos jogadores. Pela manhã, o lateral André esteve no distrito, submetendo-se à mesma perícia.
"Não vamos punir o Edmundo porque entendemos que ele foi vítima, não culpado", disse Strufaldi.
O raciocínio é o mesmo do jogador, que festejava uma média pessoal: em suas contas, fazia 30 partidas em que não se envolvia em confusão alguma.
A briga de domingo afetou também a mãe do atacante, Sirley, medicada com calmantes na enfermaria do Morumbi.

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