São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Garota aponta envolvidos em tortura de torcedores

DA FOLHA ABCD

A estudante C.S.C., de 17 anos, acusada de participar de sessão de tortura contra dois torcedores na subsede da torcida Mancha Verde na última sexta-feira, depôs ontem na 2ª Vara de Infância e Adolescência de Santo André.
Segundo o juiz Eduardo Dias de Souza Ferreira, C.S.C. forneceu os primeiros nomes e apelidos de vários integrantes da torcida palmeirense Mancha Verde.
Ferreira não quis fornecer os nomes dos denunciados.
C.S.C. vendeu ingressos às vítimas, Manuel Damião Souto da Silva, 21, e Rosivaldo Gueiros de Barros, 25. Segundo eles, foram espancados, submetidos a humilhações e ameaçados de morte.
Anteontem à noite, em depoimento à Polícia Civil, C.S.C. havia dito que não sentia pena ou remorso pelo que havia feito.
Segundo a delegada Eloni Soares de Oliveira, C.S.C. disse considerar "uma provocação" uma pessoa ir à sede de uma torcida usando camisa de outro time.
Silva, um dos agredidos, vestia uma camisa do São Paulo por baixo de outra camiseta. Ele e Barros foram à sede da Mancha para comprar ingressos para o jogo entre São Paulo e Palmeiras, anteontem.
C.S.C. deixou o Fórum de Santo André acompanhada dos pais, que cobriram sua cabeça com um lenço para evitar que ela fosse fotografada ou filmada.
O juiz não quis informar se C.S.C. confessou sua participação, mas disse que ela deve ser processada por "ato infracional", nome dado a todo crime ou contravenção praticado por menores.
Nesses casos, a pena vai de uma simples advertência até a internação em instituição educacional.

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