São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994 |
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Festival de cinema lésbico em Paris proíbe entrada de homens
ANDRÉ FONTENELLE
O festival reúne 86 filmes e vídeos, de curta e longa metragem, de 14 países, todos dirigidos por mulheres (homossexuais ou não). Eles tratam do lesbianismo ou "de mulheres fortes e independentes, com um discurso que nos interessa", segundo Florence Hertz, uma das organizadoras. Este último é o caso do único representante sul-americano da mostra, "Algunas Mujeres", da argentina Sabrina Fargi, vídeo sobre as crianças desaparecidas nos anos 70 sob a ditadura militar. O festival só se realiza graças ao trabalho beneficente das organizadoras. Nenhuma instituição oficial francesa aceitou subvencionar o evento. A nota negativa é o fato de a mostra ser aberta apenas a mulheres, o que limita seu impacto. "Temos vontade de ficar entre nós", explica Françoise Lechanteur, outra organizadora. Atrações Uma das atrações da mostra foi o norte-americano "O Par Perfeito" (1994), de Rose Troche e Guinevere Turner, que está em cartaz em São Paulo. Segundo a direção do festival, o filme está se tornando o "cult" lésbico dos anos 90. É uma comédia romântica sobre a vida de duas mulheres em Chicago. Os EUA são o país estrangeiro que mais contribuiu para o festival, com 23 filmes. Entre eles, uma seleção de programas da Dyke TV, emissora novaiorquina para lésbicas. Outra atração é o curta australiano "Just Desserts" ("só sobremesas"), de Monica Pellizzari, premiado no Festival de Veneza do ano passado. Há filmes de todos os gêneros, do humor à ficção sobre temas como a Aids, o câncer do seio, a prostituição ou a situação das lésbicas na Rússia. No último festival, em 1993, foi realizada uma pesquisa sobre as preferências do público. O filme preferido pelas lésbicas francesas era "O Piano", de Jane Campion, seguido por "Tomates Verdes Fritos", de Jon Avnet. O festival inclui ainda debates, uma exposição de artes plásticas e um concurso de roteiristas com prêmio de US$ 2 mil. Também se realizou uma mostra de filmes experimentais da diretora francessa Germaine Dulac nos anos 20 e 30. Texto Anterior: Curta proibido de Glauber sobre Di Cavalcanti é exibido em Brasília Próximo Texto: Manchevski constrói metáfora da guerra Índice |
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