São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Curta proibido de Glauber sobre Di Cavalcanti é exibido em Brasília

INÁCIO MUZZI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

À revelia da Justiça, os espectadores que visitaram a Feira do Livro em Brasília foram surpreendidos no final de semana com a exibição do curta-metragem "Di", de Glauber Rocha.
Foi a primeira exibição pública, no Brasil, do filme realizado durante o velório do pintor Emiliano di Cavalcanti, em outubro de 76, e premiado em Cannes, no mesmo ano, com o prêmio Especial do Júri.
Desde essa data Glauber foi proibido de exibir o filme, a pedido da filha do pintor, Elizabeth di Cavalcanti. A cópia apresentada em Brasília pertence ao empresário e jornalista Oliveira Bastos, amigo de Glauber Rocha. Existe outra cópia na embaixada brasileira em Roma.
Para evitar a ação da Justiça e a reação da família do pintor, o filme de Glauber não não foi anunciado no programa oficial da Feira do Livro.
Com a exibição de "Di", os organizadores querem deflagrar um movimento nacional pela liberação do filme. Eles colheram assinaturas para um abaixo-assinado que deverá circular por todo o país.
Dirigido por Glauber e fotografado por Mário Carneiro, o filme mostra o ambiente do velório e depois o enterro. Uma cena em particular desagradou a família: quando Glauber levanta o véu que cobria o rosto do pintor.

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