São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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BC suspeita de ação do tucano

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O candidato Marcello Alencar (PSDB) e seu filho Marco Aurélio são investigados por supostas operações financeiras irregulares que teriam causado prejuízo de US$ 13,4 milhões ao Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro).
As aplicações foram feitas pela Prefeitura do Rio entre outubro de 90 e setembro de 91. Alencar era o prefeito, e seu filho, assessor financeiro.
A prefeitura aplicava os recursos em uma distribuidora de valores, que os reaplicava em outras três ou quatro. No final do dia, o dinheiro era emprestado ao Banerj a um custo mais alto.
Processo a respeito havia sido arquivado em 28 de fevereiro. Em 16 de março, foi reaberto com base em relatório do diretor de Fiscalização do BC, Edson Bastos Sabino, que levanta a suspeita de peculato (desvio de recursos por funcionário público).
"A prática utilizada leva-nos a inferir que tais operações integravam esquema preestabelecido, com o intuito de desviar receitas/recursos públicos", diz o relatório do BC.
Quatro distribuidoras envolvidas estão em liquidação: Divalores, Rumo, Florin e Mercante. Foram denunciadas à Justiça em 91, em processo com 14 réus.
O procurador da República Alex Miranda, que investiga o poder público no caso, disse que já comprovou "pelo menos um crime".
Segundo Miranda, Marcelo Abreu Murad e Renato Ribeiro de Magalhães, funcionários da prefeitura que teriam trabalhado com Marco Aurélio na corretora Umuarama, atuavam como operadores, aplicando recursos do Fundo da Dívida Pública do município, sem que este tivesse licença do BC (Banco Central).
Aplicando nas operadoras privadas, afirmou Miranda, a prefeitura não ganhou um centavo a mais do que teria arrecadado se aplicasse diretamente no Banerj.
No último dia 21, Marco Aurélio depôs na Procuradoria e Alencar deve ser convocado. "É muito difícil uma operação assim sem o conhecimento do prefeito", disse Miranda.

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