São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Tempo bom garante observação do eclipse

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL A CRICIÚMA

O último eclipse total do Sol deste século deve ser visível de todo o país.
Apenas nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais, o dia amanhece nublado. O sol, no entanto, deve aparecer ainda a partir da manhã.
Segundo a meteorologista Neide Oliveira, 37, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), observadores nesses Estados não terão dificuldade em ver o eclipse, mesmo no período de nebulosidade.
O eclipse total será visível numa faixa que começa no oceano Pacífico, passa pelo sul do Peru, norte do Chile, sudoeste da Bolívia, Paraguai, nordeste da Argentina e sul do Brasil. Ela terminará no oceano Atlântico, perto da costa sudoeste da África.
No país, a faixa da totalidade, que tem 250 km de largura, irá de Foz do Iguaçu (PR) a Tubarão (SC). A sombra do eclipse se moverá a uma velocidade 4.000 km/h.
Desde segunda-feira da semana passada, astrônomos da USP, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e de universidades do Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul estão em Criciúma e Chapecó, em Santa Catarina. A expedição de astrônomos da USP é chefiada por Oscar Matsuura.
O eclipse deve começar em horários variados, dependendo da região do país (veja figura ao lado).
O Sol será coberto pouco a pouco, como se um disco preto estivesse sendo deslizado para cima dele. O eclipse total, nas cidades onde ocorrerá, é o ponto culminante desse processo.
A primeira cidade brasileira a ver }o Sol desaparecer é Foz do Iguaçu. Lá o eclipse acontece às 10h45. Em Criciúma, ele correrá às 10h58. O Sol vai ficar cerca de quatro minutos encoberto.
"Vai ficar escuro, mas não como de noite. É uma escuridão muito estranha", disse Matsuura em entrevista à Folha.
Em São Paulo, onde o eclipse será parcial, 85% da superfície do Sol estará encoberta às 10h56.

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