São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Exército interroga ex-informante

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O Exército obteve informações que vinculariam policiais civis que até 93 trabalhavam na DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) ao fornecimento de armas contrabandeadas para os traficantes radicados nas favelas cariocas.
A existência de um possível elo entre policiais e a entrada ilegal no país de armas foi passada ao Exército pelo ex-informante da polícia Ivan Custódio Barbosa de Lima.
Considerado pela Procuradoria Geral de Justiça a mais importante testemunha de crimes cometidos por policiais no Rio, ele foi interrogado anteontem por sete horas no Comando Militar do Leste.
Lima acusou o inspetor Gerson Muguet, da Polícia Civil, de chefiar o grupo que fornece às quadrilhas fuzis AR-15, pistolas 9 mm (americanos) e metralhadoras israelenses. Muguet negou a acusação, que creditou a uma vingança.
Outro suposto envolvido seria o detetive Luiz Eduardo Sato, preso em 5 de fevereiro quando saía do morro do Andaraí, na Ilha do Governador (zona norte). No carro a polícia informou que havia 2.000 cartuchos de munição para armas importadas e 22 kg de cocaína.
Lima trabalhou 15 anos como informante. Com medo de ser morto, se entregou à PM. Seus depoimentos relacionam crimes cometidos por policiais, como a chacina de Vigário Geral.
(ST)

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