São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Primeira ação é prender 300 foragidos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O comando da operação antiviolência no Rio já tem a primeira tarefa definida: executar os cerca de 300 mandados de prisão de pessoas ligadas ao tráfico. A Justiça determinou essas prisões, mas a polícia não conseguiu cumprir a ordem até hoje.
Segundo o ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, a Polícia Militar é que vai subir o morro para fazer as prisões.
O plano antiviolência será definido hoje em reunião com o presidente Itamar Franco no Palácio do Planalto. Participam do encontro, às 17h30, os ministros militares, o ministro da Justiça, o ministro da SAE, Mário Flores, e o comandante da operação no Rio, general Câmara Senna.
O governo do Rio não terá representante no encontro. "A partir das diretrizes fixadas, o comandante vai se entender com as autoridades locais", disse Dupeyrat.
Dupeyrat se mostrou ontem preocupado com a expectativa da população. "O mal é que pensam que vamos soltar bombas, dar tiros e em quatro dias tudo voltará ao normal", queixou-se.
Ele afirmou que só em um Estado ditatorial haveria uma operação sigilosa e garantiu que o planejamento geral será divulgado.
"Para evitar que fiquem pensando que estamos tratando de outra coisa é melhor que se diga do que estamos tratando", disse.
O ministro admitiu a reação dos traficantes, mas espera que isso aconteça de forma isolada.
"Não acredito que a capacidade de fuga desses grupos seja idêntica à italiana e é difícil imaginar o Uê (líder de tráfico no Rio) desembarcando no aeroporto de Nova York. Mas se estiverem indo embora do país, ótimo", disse.
Dupeyrat adiantou que um dos pontos do plano antiviolência prevê a intensificação do policiamento em todo o Estado para evitar a fuga, tráfico e contrabando. Um dos pontos de maior atenção será a rodoviária.
Outra prioridade, apontada por Dupeyrat, é o desarmamento da população. Também deve ser discutida uma ação conjunta dos governos para dar maior assistência à população do morro.

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