São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Cyndi Lauper mantém o pé na década de 80

GUTO BARRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

É como se Madonna continuasse apresentando até hoje sua primeira turnê, "Like a Virgin". Ou nem isso. Com um show de duas horas de duração Cyndi Lauper, 40, mostrou anteontem no Olympia que não pretende mesmo sair da década de 80.
Surgida na mesma época de Madonna, Cyndi emplacou vários hits no decorrer da década e conseguiu se manter viva no mundo pop. Em 89, apareceu em estilo mais cool, abandonou os cabelos alaranjados e gravou "I Drove All Night", sucesso de Roy Orbison.
Hoje, nada disso sobrou. Ela parece ter desistido de executar mudanças ou evoluções de estilo. Até os cabelos estão alaranjados outra vez.
Lotado por um público na faixa dos 30 anos, o show traz muitos dos sucessos de Cyndi. Está tudo lá: "True Colors", "She Bop", "Time After Time". Isso não é problema.
A banda é eficiente, com duas tecladistas e uma guitarrista –todas negras– que fazem vocais para amenizar a voz estridente de Cyndi. Os arranjos são corretos e funcionam junto ao público.
O restante das músicas, entretanto, já é bem mais chato, com músicas recheadas de influências folk e instrumentos exóticos tocados pela própria (como um colete de metal em que ela batucava).
Principais erros: a atitude exagerada –Cyndi ainda dança e faz caretas como na capa de seu primeiro disco, "She's So Unusual" (83)– as interpretações gestuais tipo mímica das letras das canções e a falta de timing (ela retoca o batom e chega a contar piadas entre as músicas).
Fora o pouco caso com o roteiro do show –os hits dançantes estão todos reunidos no começo. Poderiam pelo menos avisar isso ao público.

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