São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mundo da moda chega ao horário nobre da TV
EVA JOORY
É o que se pode perceber pela programação da maioria das emissoras de TV brasileiras. Manchete, Globo, Cultura, SBT e Bandeirantes têm séries ou programas dedicados à moda. Programas como "Jornal da Globo", "Flash", "Metrópolis" e "Perfil" –este com o quadro "O bloco de moda de Bete Blanche", apresentado pela própria, mulher do apresentador Otavio Mesquita– incluíram quadros de moda e hoje cobrem alguns dos eventos mais importantes. Para quem tem TV a cabo, a escolha é ainda maior: ambas as redes CNN (com "Style) e Superstation (com "Fashion File") oferecem programas totalmente dedicados à moda. Entrevistas, desfiles e bastidores estão na pauta. A jornalista Cristina Franco, responsável pelo quadro "Ponto de Vista" (aos sábados no "Jornal Hoje", da TV Globo), que aborda moda e comportamento, acredita que o tempo em que moda era encarada como um assunto supérfluo acabou. "É importante para quem trabalha com moda perceber as mudanças comportamentais e acompanhá-las", diz. E explica o boom da moda na TV porque "a vida está muito dura e ver programas leves com gente bonita é uma forma de escapar do tédio do dia-a-dia", completa Cristina Franco. Opinião semelhante tem a diretora de programação da TV Cultura, Beth Carmona, 39. Com a série da emissora inglesa BBC "O Mundo da Moda", exibida há duas semanas, a emissora obteve audiência superior a das séries comumente apresentadas nos mesmos horários. Com seis episódios, o programa comentou aspectos como a função da imprensa na moda, moda de rua e desfiles. "Moda hoje faz parte da cultura do dia-a-dia. Esta série revelou um mundo que nunca pôde ser visto por todos. É, sem dúvida, um momento feliz para a moda no Brasil", diz Carmona. Enquanto isso, a TV Manchete aposta no carisma e experiência da modelo carioca Georgia Wortman. O seu quadro "Na Moda com Geogia" está no "Programa de Domingo". Durante cinco minutos, Georgia fala de moda com certa desenvoltura. "O fato de Georgia ser jornalista ajudou na escolha. Com ela, unimos o útil ao agradável", diz Renato Aliades, da equipe de produção. Para Cristina Franco, dois aspectos tiraram a moda do gueto: "Hoje um bom programa tem que saber misturar entretenimento e glamour, senão não tem público". Foi por acreditar na mesma premissa que a top model Betty Lago também resolveu investir num programa sobre moda e comportamento. Só que produzido em Nova York, onde mora há mais de dez anos: "Mandei um piloto que fiz em Nova York para a Globosat e eles adoraram a idéia". Betty está agora em busca de patrocinadores para o seu programa, que vai abordar aspectos como moda e vida na cidade: "Quero fazer um programa de meia hora em que eu possa abordar temas que façam parte da cultura jovem. Enquanto isso, Betty injeta um pouco de glamour na pele de Abigail, seu personagem na novela "Quatro por Quatro", na Globo. Com relação às clássicas críticas contra a participação das modelos nas novelas, Betty dispara: "Tem bons atores e maus atores. O que fizemos antes não interessa. Essa discussão é velha demais, é só ver dois exemplos de modelos que hoje são grandes atrizes: Andie MacDowell e Michelle Pfeiffer". Texto Anterior: Cyndi Lauper mantém o pé na década de 80 Próximo Texto: Inglaterra e EUA fervem com séries fashion Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |