São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Chuva e fogo matam 273 no Egito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Chuvas torrenciais que provocaram a explosão de um depósito de combustível causaram a morte de pelo menos 273 pessoas no sul do Egito, segundo dados oficiais.
A agência "Reuter" põe a cifra total de mortos em 410 mortos. A agência cita membros das equipes de resgate que pediram para não ser identificados dizendo que foram encontrados pelo menos 351 corpos das casas queimadas na cidade de Durunka.
Um raio atingiu um complexo militar em que oito tanques armazenavam 15 mil toneladas de combustível para aviões e automóveis. O combustível em chamas se misturou à enxurrada que atingiu mais de 200 casas de Durunka, a 9 km de Assiut.
Os dados oficiais dão conta de que foram retirados 240 corpos de vítimas do incêndio.
Outros incidentes relacionados com as chuvas nas províncias de Assiut e Sohag deixaram pelo menos outros 59 mortos, segundo a "Reuter", e 33 segundo os dados oficiais.
A explosão ocorreu no início da manhã, quando já havia chovido por mais de cinco horas.
"Era como napalm", disse Abdel Mohsen, habitante de Durunka. Ele disse que perdeu três irmãos na enxurrada de chamas que atingiu a cidade. Os três garotos, de 6, 8 e 11 anos, estavam se preparando para ir para a escola.
Uma mulher –com o rosto e as mãos queimados– disse ter perdido os dois filhos no incêndio que atingiu sua casa.
Um grupo de dez homens ficou preso pelas chamas em uma mesquita onde rezavam.
Cerca de 20 mil moradores de Durunka apavorados com o incêncio, fugiram da cidade rumo a Assiut, capital da província.
As autoridades não tinham ainda estimativa do número de desabrigados em Assiut e Sohag, províncias mais atingidas pela chuva.
O governador da província de Assiut declarou estado de emergência na região. Pouco depois, todo o alto Egito, a costa do mar Vermelho e a península do Sinai também foram postos em estado de emergência por causa das tempestades.
Bombeiros e equipes de resgate do Exército de várias partes do país foram chamados para ajudar no resgate de vítimas dos incêndios e das enchentes em Assiut.
Além das casas, o fogo em Durunka destruiu plantações e um cemitério cristão.
No início da noite, um dos depósitos de combustível ainda queimava e ameaçava incendiar outros, se o vento mudasse.
As chuvas estão entre as piores do país, segundo meteorologistas do Cairo. Elas devem continuar por todo o dia de hoje.
Apesar disso, as autoridades de Assiut disseram que as escolas e repartições na região deveriam funcionar normalmente hoje.

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