São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Greve de metalúrgicos 'migra' para Guarulhos ;CUT e CGTs

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Greve de metalúrgicos 'migra' para Guarulhos
Sindicato de São Paulo diz que diretor apanhou de policias; PM nega
Os metalúrgicos da base da Força Sindical pararam ontem cerca de 70% dos 60 mil trabalhadores da região de Guarulhos, Grande São Paulo, em mais um dia da "greve andorinha", segundo afirmou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Na avaliação de Ariovaldo Lunardi, coordenador do grupo 19-3 da Fiesp (máquinas e eletroeletrônicos), das 367 empresas do grupo, 31 pararam. A NEC, Philco e Gilbarco não foram paralisadas porquê as empresas chamaram a polícia, segundo Paulinho.
Na frente da NEC, no quilômetro 219 da via Dutra, o diretor do sindicato de São Paulo, Eleno José Bezerra, foi preso por volta das 6h. "Ele foi torturado por PMs num terreno baldio, o que será denunciado junto ao governador Fleury e à Anistia Internacional", afirmou Paulinho.
A NEC informou que chamou a PM "para permitir a entrada de quem quisesse trabalhar".
O tenente-coronel Antonio Carlos Rufino Freire, diretor de comunicação social da PM de São Paulo, disse que o sindicalista não queria tirar uma carreta da porta da NEC. "Ele desferiu palavras de baixo calão, ficou violento e teve de ser levado à força para a 18º delegacia de Guarulhos, onde foi feito um boletim de ocorrência por desacato à autoridade. Mas ele não foi torturado não", afirmou Freire.
Em protesto contra a ação da PM e por mais salários, cerca de 6.000 metalúrgicos saíram em passeata pela via Dutra, que parou o tráfego por volta das 8h30.
Hoje, os metalúrgicos têm audiências de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho com os setores patronais de autopeças, forjaria, parafusos e esquadrias metálicas.
CUT e CGTs
Paulinho e o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, resolveram esquecer as "divergências" sobre o acordo dos petroleiros. Vicentinho, representantes das duas CGTs e o presidente do Sindicato dos Bancários, Ricardo Berzoini, visitam hoje os metalúrgicos da Força Sindical para prestar seu apoio à greve.

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