São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Centrais apóiam os grevistas

DA REPORTAGEM LOCAL

As principais centrais sindicais de trabalhadores decidiram ontem, em reunião na sede da Confederação Geral dos Trabalhadores, apoiar as categorias em greve, independentemente da central a que estiverem filiadas.
Estiveram presentes à reunião Vicente Paulo da Silva, presidente da CUT; Canindé Pegado, presidente licenciado da Confederação Geral dos Trabalhadores; Antonio Francisco, presidente em exercício da CGT; e, Antonio Carlos Neto, presidente da CGT-Central.
Ao final da reunião foi distribuída uma "Nota à Nação Brasileira" em que as três centrais manifestam apoio aos trabalhadores em luta, em especial aos metalúrgicos do Estado de São Paulo (filiados à Força Sindical), atualmente em greve. Por esse motivo a Força não mandou representante à reunião.
Vicentinho destacou que, apesar de ainda existirem algumas divergências, "as centrais estão unidas em favor dos trabalhadores." A nota divulgada diz que a luta das centrais é contra o arrocho salarial, a recessão e o desemprego.
Além do apoio aos grevistas foram relacionados outros 15 pontos considerados importantes. Entre eles estão a política salarial, recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo e a implantação do contrato coletivo de trabalho.
Segundo Antonio Francisco, as centrais vão lutar pela reposição salarial integral com base na inflação. Indagado se isso não iria contribuir para a volta da "ciranda inflacionária", Francisco afirmou que a reposição visa apenas manter o poder aquisitivo do salário e que "salário não gera inflação."
Quanto ao mínimo, as centrais vão lutar para que o valor chegue a US$ 100 ainda em 94. As centrais querem que, nos próximos quatro anos, o mínimo recupere o poder de compra previsto na Constituição, que hoje é de US$ 485.
Sobre o contrato coletivo de trabalho as centrais decidiram iniciar uma luta para a modernização da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou a elaboração de um novo código trabalhista.

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