São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994 |
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FHC defende 'atalho' para fazer reforma constitucional
CLÓVIS ROSSI
FHC não deu detalhes a respeito, exceto ao mencionar a hipótese de que determinados assuntos possam ser discutidos conjuntamente por Câmara e Senado. A regra, hoje, prevê discussões e votações em separado de cada emenda constitucional, com um quórum de 3/5, em duas votações. O presidente eleito informou que esse "atalho" foi discutido na reunião entre ele e os líderes dos partidos de sua coligação, terça-feira. O senador Marco Maciel, vice-presidente eleito, ficou incumbido de continuar os estudos. O deputado Nélson Jobim (PMDB-RS), relator da frustrada revisão constitucional, será também convocado para ajudar na busca de uma fórmula que permita abreviar a revisão constitucional. "O Brasil tem urgência", justificou o presidente eleito. FHC deixou claro que a prioridade, em matéria de revisão, é "buscar propostas que sejam capazes de galvanizar a vontade majoritária do Congresso". O tema do "atalho" para a revisão surgiu por iniciativa do próprio FHC, que o mencionou em café da manhã oferecido por empresários brasileiros que atuam na Argentina e seus parceiros locais. Mais tarde, disse que a revisão prevista para o início deste ano era "uma oportunidade única", dado que a Constituição "não dá brechas para que se possa repetir processo semelhante". O presidente eleito negou ter sido recebido pressões dos partidos aliados por ministérios. Mas, em seguida, admitiu que "o presidente da República não é um 'deus ex-machina' (todo-poderoso)" e, por isso mesmo, precisa "estar em contato permanente com as forças políticas". Mas remeteu para depois do segundo turno do pleito estadual a continuação das conversas sobre a ampliação da base parlamentar do futuro governo. Em entrevista a uma emissora de TV argentina, FHC comentou a própria vaidade. "Intelectuais são vaidosos. Políticos, também. Creio que sou mais inteligente do que vaidoso." No final da tarde, o presidente eleito embarcou para Colônia do Sacramento, no Uruguai. Texto Anterior: Boca-de-urna à antiga Próximo Texto: Tucano quer crescimento de 7% Índice |
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