São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994 |
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PT decide levar tucano a seus redutos eleitorais
EMANUEL NERI
Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se durante uma hora com Covas. Também estavam presentes os deputados José Dirceu e Aloizio Mercadante, do PT; José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB. Petistas e peessedebistas farão campanha juntos no próximo dia 10, nos principais redutos do PT, como a região do ABC. Percorrerão ainda outros municípios da Grande São Paulo. Petistas como a ex-prefeita paulistana Luiza Erundina e o próprio Dirceu haviam criticado a aproximação de Covas com Maluf. Ontem, Lula e Dirceu evitaram reforçar essas críticas. "Quem vai fazer essa avaliação (sobre a aproximação com Maluf) é o eleitor petista", disse Dirceu, que concorreu ao governo paulista pelo PT. "Eu peço ao eleitor do PT que vote em Covas", afirmou. "O eleitor do Maluf merece tanto respeito quanto o nosso", disse Lula. Para ele, o PT tem a "obrigação ética e moral" de indicar o "melhor" entre os concorrentes do segundo turno paulista. Covas negou ter acenado com a possibilidade de juntar PT e PPR em seu governo, como afirmou a Folha. Disse ter falado em "tese" ao afirmar que o apoio que teria de Maluf compensaria os votos que poderia perder dos petistas. Na última segunda-feira, indagado se achava "politicamente viável" a participação do PT e PPR, Covas respondeu: "O PT ao exarar (registrar) sua recomendação de votar em mim declarou que nenhum membro do partido participaria de meu governo. Eu pessoalmente não gostei disso", afirmou. "O PT tem figuras admiráveis que poderiam pertencer ao governo. Isso vale para vários partidos. Como é que essa composição (participação no governo) no plano político se fará é algo que eu não pretendo montar agora", afirmou. Embora sem querer participar do governo, o PT apresentou a Covas uma pauta de cinco pontos que gostaria de ver cumprida em sua administração. Um deles é a transparência no processo de privatização. Covas concordou. A pauta inclui ainda não-discriminação dos prefeitos do PT, fortalecimento da Assembléia Legislativa, respeito aos movimentos sociais e melhoria dos serviços públicos, como saúde e educação. Pela tarde, Covas participou no centro de São Paulo de um encontro com lideranças sindicais que o apóiam. Segundo Covas, "o encontro mais expressivo da campanha". Estavam presentes sindicalistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e Central Geral e Coordenação Geral dos Trabalhadores. O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o "Vicentinho", comentou o apoio do PPR a Covas: "talvez seja essa, na primeira vez na história do Paulo Maluf, uma posição lúcida". Texto Anterior: TRE investiga as contas de secretário de Covas Próximo Texto: PDT de Rondônia diz que candidato do PMDB comprou apoio político Índice |
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