São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Paulistanas usam poça d'água como espelho

PATRÍCIA DÉCIA; VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 12/11/94

Foram identificados incorretamente os meninos que observavam o eclipse do Sol. São os irmãos Felipe e Eduardo Dizioli Perez.
Um grupo de mulheres olhou para o chão ontem para ver o eclipse solar. Três mães de alunas do balé do Municipal usaram uma poça d'água, no vale do Anhangabaú (centro de São Paulo), como espelho para assistir ao fenômeno.
Maria Cecília Galasso Gomes, 32, pôs em prática um hábito da infância. "Minha mãe colocava bacias com água no quintal para olharmos os eclipses."
As amigas Vera Astolfo, 33, e Wanda da Silva Neves, 35, aproveitaram a técnica e também observaram o fenômeno acompanhadas de alguns curiosos.
A poucos metros, o funcionário público Odair Pereira, 42, exibia óculos especiais feitos só para o eclipse. Odair recortou um negativo de filme e o colou sobre os óculos escuros. "A gente tem que se proteger."
Na praça Ramos, também no centro, a principal atração ficou por conta do fotógrafo Jorge Namba, 50. Ele montou uma máquina fotográfica com filtros de proteção bem ao lado do prédio do Mappin. O resultado foi uma aglomeração de mais de cem pessoas que que queriam olhar o Sol.
"Isso (o eclipse) é inédito e nós temos que divulgar para o maior número de pessoas possível."
O eclipse também foi um bom motivo para que os alunos das escolas paulistanas "matassem" aula e fossem ao Planetário, no parque Ibirapuera (zona sul). Seis professores de astronomia do Planetário montaram três telescópios.
Pablo Rocha, 16, aluno do 2º colegial da escola Benjamin Constant, conta que sua classe se reuniu em frente ao colégio e todos decidiram ir ao Ibirapuera ver o Sol. "Espero que a dona Joana (vice-diretora do Benjamin Constant) entenda", disse o estudante.
No Liceu Coração de Jesus, em Campos Elíseos (centro), os alunos que participam do Clube de Astronomia tiveram com o eclipse sua primeira atividade prática. As crianças utilizaram telescópio, máscara de soldador e espelhos para ver o fenômeno.
(Patricia Decia e Victor Agostinho)

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