São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Banco Central realiza leilões de câmbio

R0DNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central voltou a atuar no mercado cambial. O BC realizou dois leilões de compra de dólar comercial ontem, pagando R$ 0,846. A autoridade procurou assim evitar que as cotações caíssem, por causa do aumento no volume das exportações.
O mercado acionário operou em baixa. O índice da Bolsa paulista fechou em queda de 4,10%. O volume de negócios baixou de R$ 763 milhões no pregão anterior para R$ 268 milhões ontem.
A baixa da Bolsa reflete uma série de fatores, entre eles a venda de ações por parte dos bancos para recuperar prejuízos com o último vencimento do mercado de opções.
A adoção da alíquota de 1% sobre a captação de dinheiro externo também não ajuda o mercado acionário. O tiroteio entre o ministro Ciro Gomes e os empresários também não contribui para um cenário otimista de curto prazo.
O mercado de renda fixa operou ontem com ligeira alta nos juros. Consultores privados já estão situando a inflação para novembro entre 3% e 4%, revendo projeções de 2,8% no início do mês passado.
Os juros no over saltaram de 5,93% no dia anterior para uma média de 5,96% ontem. As taxas chegaram até 6,08% no período da tarde. Os juros subiram também no mercado futuro.
Roberto Barreto Filho, vice-presidente do Banco Econômico, diz que a criação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) deve evitar que essas elevações momentâneas das taxas diárias sejam projetadas para períodos mais longos e dificultem financiamentos de prazo mais longo.
Ele entende que as recentes medidas de contenção do crédito bancário a partir de outubro poderão reduzir um pouco o ritmo dos negócios. Os juros nos empréstimos estão em alta, por causa da redução nos prazos para três meses e pela adoção do compulsório sobre empréstimos.
Dados da Febraban mostram que a compensação de cobrança atingiu em setembro seu maior valor (35,7 milhões de títulos) neste ano, contra uma média de 31,6 milhões nos nove primeiros meses de 1994. Antes das medidas de contenção do crédito, havia uma tendência de alongamento nos prazos de pagamento e aumento no volume de negócios na economia.
(Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,144% no último dia 31. A taxa média do over foi de 5,96% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa/over média foi de 6,05% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,3086% no dia 4. Os CDBs prefixados para 32 dias pagaram entre 40% e 62,7% ao ano. Os papéis pós-fixados pagaram taxas entre 16% e 16,5% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,02% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): as taxas brutas variaram entre 63,0% e 88,0% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 45.080 pontos, com baixa de 4,10% e volume financeiro de R$ 268 milhões. Rio: queda de 2,7% (I-Senn), fechando com 20.599 pontos e volume financeiro de R$ 34,26 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com 3.814,25 pontos, contra 3.837,13 pontos no pregão anterior. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.377,20 pontos, contra 2.353,50 no dia anterior. Em Tóquio, foi feriado.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,844 (compra) e R$ 0,845 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado na última terça-feira a R$ 0,843 (compra) e por R$ 0,845 (venda). "Black": R$ 0,840 (compra) e R$ 0,850 (venda). "Black" cabo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,845 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,825 (compra) e R$ 0,855 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,19%, fechando a R$ 10,38 o grama na BM&F, movimentando 1,41 tonelada.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6135. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5145 marco alemão. Em Tóquio, foi feriado.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 383,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para novembro foi de 4,25% ao mês e de 4,62% ao mês para dezembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,865 para novembro e de R$ 0,887 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro fechou a 46.700 pontos.

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