São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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'Sou o David contra Golias'

CARLOS EDUARDO ALVES
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

O fazendeiro João Durval Carneiro chegou ao segundo turno da eleição para o governo baiano sem nenhuma estrutura partidária e, cristão-novo, tenta afiar o discurso anticarlista. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à Folha:
Folha - Como o sr. se aproximou e como rompeu com o ex-governador Antônio Carlos Magalhães?
João Durval Carneiro - Quando me aproximei já era vereador e depois fui prefeito de Feira de Santana. Rompi porque não havia condições de convivência.
Ele discordou de muitas medidas de meu governo que tentavam melhorar a vida da população. Ideologicamente, sou um social-democrata e ele tem idéias conservadoras.
Folha – A que o sr. atribui a posição eleitoral do grupo de Antônio Carlos?
João Durval - Usa-se e abusa-se da máquina do governo, com o uso de veículos oficiais na campanha de meu adversário.
A mídia –principalmente a TV Bahia, através de seus telejornais locais– só elogia meu adversário, que aparece constantemente ao lado do atual governador, e ataca os seus adversários. Em 1993, a TV Bahia recebeu do governo estadual US$ 1,2 milhão.
Folha – Como foi a última administração de Antônio Carlos Magalhães?
João Durval - Um desastre. A Bahia encontra-se numa situação lastimável em todos os setores, com decréscimo em todas as áreas produtivas. Hoje a Bahia é campeã da fome e o governo do Estado não fez nada.
A administração de Antônio Carlos Magalhães tem a mídia e fez algumas obras de fachada, como a do Pelourinho e a urbanização da lagoa do Abaeté.
Folha - O sr. teme fraudes na eleição?
João Durval - Eles têm dinheiro que não se sabe de onde saiu e no primeiro turno detectamos várias fraudes.
Enfrentamos uma campanha milionária. Sou o David contra o Golias.

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