São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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Trajeto entre Rio e São Paulo vai ganhar trem de luxo em dezembro

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Os que têm medo de avião ou preferem uma viagem à noite com direito a café da manhã, jantar, cabine com chuveiro e outras facilidades terão até o final do ano uma opção para viajar entre o Rio e São Paulo, o Trem de Prata.
O Trem de Prata será lançado oficialmente em 18 de novembro, mas só começará a circular realmente no dia 8 de dezembro, segundo Nilo Sérgio Félix, um dos executivos do consórcio entre a rede de hotéis Portobello e a Util (União Transporte Interestadual de Luxo S.A.).
Félix diz que seu público-alvo é o mesmo da Ponte Aérea que liga os aeroportos Santos Dumont a Congonhas, mas não se considera concorrente. "Nós teremos três vezes por semana o correspondente a um vôo Rio-São Paulo", afirma ele.
Um dos principais problemas do antigo trem que fazia a ligação Rio-São Paulo, quando era explorado pela RFFSA (Rede Ferroviária Federal), era cumprir os horários.
Geralmente, a chegada do trem interestadual coincidia com a dos trens urbanos e, como esses levam trabalhadores, têm preferência nos cruzamentos.
A solução dada foi modificar o horário do Trem de Prata. Agora ele sairá às 20h30 e chegará às 6h, para fugir do horário do rush ferroviário pela manhã e no final da tarde.
Mas o passageiro não precisa, obrigatoriamente, deixar o trem assim que ele chegar à Leopoldina (Rio) ou à Barra Funda (São Paulo).
O trem fica parado na gare até as 8h30, quando o passageiro pode ainda tomar banho, café da manhã e somente depois deixar o trem. Félix faz as contas para mostrar que viajar de trem pode ser um bom negócio em comparação com o avião.
Segundo ele, o preço de uma cabine individual (R$ 135) equivale ao da Ponte Aérea (R$ 136), mas se o passageiro, por exemplo, tem uma reunião cedo em uma das duas cidades teria gastos extras como alimentação e hotel, que não terá no trem.
Também a privacidade do passageiro está garantida, segundo Félix. As plataformas de embarque, tanto da Leopoldina quanto da Barra Funda, são isoladas dos demais terminais, com entrada própria.
Haverá uma sala de espera com lanchonete, livraria (venda de jornais), coffee shop e balcão para aluguel de táxi especial. Os clientes do cartão Diners terão direito a sala especial.
Investimento
O serviço dentro do trem será o mesmo dos hotéis da rede Portogallo (especializado no litoral fluminense).
Os hotéis Portogallo e a Util ganharam da RFFSA a concessão para explorar a linha durante oito anos, podendo se estender por mais dois.
O consórcio arca com as despesas de reforma das plataformas e do trem, em um investimento total de US$ 4 milhões, segundo Félix. O trem é o mesmo que fazia a linha antes, mas totalmente remodel

LEIA MAIS
Sobre o Trem da Prata à pagina 4.

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