São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994 |
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Famosos temem operação em morros
DANIELA RIBEIRO
"No morro não sou autoridade, sou moradora. Na hora dos tiros, procuro o banheiro, como todo mundo", diz Benedita da Silva, 52, senadora eleita. Benedita está tendo que conversar bastante com o marido Antonio Pitanga, sobre a dificuldade de adaptação dos filhos dele, Rocco, 13, e Camila, 16, à vida na favela. Eles passaram a morar no morro do Chapéu Mangueira, no Leme (zona sul), desde que Pitanga e Benedita se casaram, há um ano. O vice-presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, ecoa. "Eu estou apavorado com essa situação, não sei se eles vão chegar com abuso de poder", diz Ivo, que nasceu há 32 anos no morro. A promoter Liege Monteiro, 41, não pensa em mudar de onde mora. Liege não mora na favela, mas encostada nela, a Pavãozinho, em Ipanema (zona sul). Em 82, quando produziu o filme "Rio Babilônia", chamou alguns meninos do morro para trabalhar. Por isso, se sente respeitada pela comunidade. A promoter, que saiu do país em 70 por causa da repressão militar, acha a palavra intervenção perigosa. "Também do jeito que está não pode", diz. Texto Anterior: "Traficantes não terão vez aqui" Próximo Texto: Dona Neuma apóia ação em favela Índice |
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