São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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Dona Neuma apóia ação em favela

DANIELA RIBEIRO
DA SUCURSAL DO RIO

O medo impede que a viúva do compositor Cartola, Dona Zica, comente sobre a violência no morro da Mangueira, onde mora. "Eu aqui não posso falar as coisas", resumiu.
Já Dona Neuma, 72 anos, 62 de Buraco Quente, na Mangueira (zona norte), é uma voz dissonante. "Não tenho medo. As autoridades entrando nas comunidades vão acabar com as coisas feias que fazem por aqui."
"Só de falar que eles vêm, o morro já está mais calmo. Não quero me mudar daqui de jeito nenhum. Amo este pedacinho de terra demais", diz Neuma, filha do sambista Saturnino Gonçalves, um dos fundadores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
A atriz Míriam Pérsia, moradora há oito anos do morro do Vidigal, não tem o que reclamar de seus vizinhos de morro, apenas dos vizinhos do mesmo edifício, por isto está se mudando. Ela é a favor da intervenção, mas não sabe se a solução é invadir as favelas.
Sobre o medo de uma operação próxima ao seu apartamento, diz que não sabe o que a espera. "Acho que temos é que acabar com essa cultura da violência".
(DR)

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