São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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O que é a faixa de Gaza

DAVID COHEN
EDITOR-ADJUNTO DE EXTERIOR

A faixa de Gaza é o território mais pobre do Oriente Médio. Tem cerca de 800 mil habitantes e sua principal fonte de renda são os operários que trabalham em Israel.
A região –que fazia parte do território da Palestina, dominado pelos britânicos– deveria ter-se unido à Cisjordânia e se tornado um país árabe em 1948. Na outra parte da Palestina seria criado um Estado judaico, de acordo com partilha feita pela ONU. Mas os países árabes vizinhos rechaçaram a criação de Israel e decretaram guerra –que perderam.
Depois da guerra, Israel tornou-se um Estado soberano, a faixa de Gaza foi ocupada pelo Egito e a Cisjordânia, pela Jordânia.
A principal referência da nacionalidade palestina nasceu em 1964 –a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Em 1967, depois de uma série de incidentes de fronteira e ataques da OLP, Israel lançou e venceu a Guerra dos Seis Dias, conquistando a Cisjordânia e a faixa de Gaza.
Em 27 anos, cresceu na faixa de Gaza e na Cisjordânia uma geração de palestinos que só conheceu como sistema político a ocupação militar israelense.
Nesse contexto, ganhou força o radicalismo islâmico do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica).
A partir de 1987, imagens da faixa de Gaza alcançaram o mundo todo, com a Intifada –a revolta de jovens e crianças armados de pedras contra um dos melhores Exércitos do mundo.
No ano passado, depois de negociações secretas na Noruega, Israel e OLP assinaram um acordo de paz.
O acordo deu autonomia à faixa de Gaza e a um pedaço da Cisjordânia, a partir de maio deste ano, que deve ser estendida gradualmente.

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