São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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Natal sem fome; FHC desafiado; Cinto que salva e esgana; Preconceito na TV; Eclipse; Edmundo; Limpeza temporária; Quem sustenta a princesa?; Viver de Aids; Abrangência histórica; Forrest Franco

Natal sem fome
"Mais uma vez este jornal sai na vanguarda ao anunciar sua participação na campanha pelo Natal sem fome. A imprensa se constitui em aliado e parceiro fundamental para a aceleração do processo de crescimento da atuação participativa da população, sendo necessário que sua presença junto à Ação da Cidadania seja mais constante, não se limitando a ocasiões como o Natal."
Gisela Gorovitz, membro da coordenação nacional do PNBE e da coordenação estadual da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria (São Paulo, SP)

FHC desafiado
"Extremamente lúcido o artigo do sr. Dagoberto Godoy ('A hora e a vez da desindexação'). Esse é o maior desafio do governo FHC: se ele conseguir desindexar definitivamente a economia (o que todos desejamos) será um sucesso; se não, no máximo em dois anos, nós o tiraremos do poder."
Evandro Silva Clementino (Belo Horizonte, MG)

Cinto que salva e esgana
"Estou impossibilitada de usar o cinto de segurança, pois o mesmo passa na minha carótida e me esgana. Tenho um Uno Mille e já fui à concessionária, onde me informaram que nada poderia ser feito para mudar a posição do cinto. Sou uma brasileira normal para nossos padrões: tenho 1,59 m e peso 55 kg. Acho que os veículos deveriam ser desenhados segundo as características físicas da maioria da população, com regulagens diversas. Com a obrigatoriedade do uso do cinto na cidade, como posso obedecer à lei?"
Eunice Ribeiro (São Paulo, SP)

"O cinto de segurança reduz em mais de 50% a probabilidade de ferimentos ou morte nos acidentes de trânsito e é obrigatório em todos os países do chamado Primeiro Mundo. Em vez de informar isso aos seus leitores, a Folha toma a lamentável atitude de simplesmente ensinar como recorrer para não pagar multas por falta do cinto de segurança (pág. 3-5, de 4/11). Dessa forma, o jornal contribui para a perpetuação da carnificina motorizada que tira a vida de 50 mil brasileiros por ano. Nota zero para a Folha."
Paulo D'Amaro (São Paulo, SP)

Preconceito na TV
"Vimos tornar pública nossa indignação com a Rede Globo, notadamente com relação ao capítulo da novela 'Pátria Minha' apresentado no dia 3/11. Trata-se de um caso violento de preconceito racial. As cenas envolvendo o ator principal reavivam sentimentos e preconceitos incomuns à atual sociedade brasileira. Apesar de brancos, nunca nos sentimos tão negros."
José Carlos Pereira e Silvana Santos Pereira (Uruçuca, BA)

"Há mais de 25 anos os psicólogos, psiquiatras e sociólogos das universidades suíças publicaram um trabalho magnífico sobre o papel predador da televisão na mente e no caráter das pessoas. É impossível imaginar pessoas mais idiotas e sem raciocínio do que as gerações atuais, principalmente as que estão sendo formadas dentro das balizas constituídas pelas teses idiotizantes, burras e mal interpretadas que fazem parte das novelas da Globo e outras, com raras e honrosas exceções."
Esechias Galmarini (Perdões, MG)

Eclipse
"Depois do eclipse, certos 'lixos espaciais' deveriam ser atraídos e engolidos por um buraco negro para que nunca mais incomodassem brasileiros e brasileiras."
Wolfgang Kiefer (São Paulo, SP)

Edmundo
"Muito oportuno o artigo de Barbara Gancia do dia 4/11. Quem nunca teve uma atitude impensada ao ter sua moral atingida que atire a primeira pedra. Devemos deixar esse falso moralismo de lado."
Sandro do Espírito Santo (Itu, SP)

"Não sou são-paulino, corinthiano, muito menos palmeirense. Sou amante do futebol-arte, das belas jogadas e dos belos gols. Não excluo deste universo o jogador Edmundo, pois tem todas as qualidades de um mestre. Sou contra, sim, a atitude de alguns atletas, incluindo Edmundo, de provocar aquelas cenas dignas de um ringue de boxe."
Marco Antonio Grippa (São Bernardo do Campo, SP)

"Li com perplexidade, mas respeitando o sagrado direito da liberdade de opinião, o libelo em defesa do jogador Edmundo feito pela colunista Barbara Gancia no caderno Cotidiano. Confesso que tive vontade de utilizar o conceito de honestidade da colunista e torcer-lhe o pescoço, mas cheguei à conclusão que parecem palavras de uma palmeirense verde até a alma. As comparações formuladas deveriam ser utilizadas 'às avessas', uma vez que um dos principais causadores do câncer deste país é exatamente a impunidade."
Enderson d'Assumpção Cunha (Belo Horizonte, MG)

"Os adversários do Palmeiras, sobretudo os jogadores medíocres, adoraram o afastamento temporário (graças a Deus!) do tinhoso e talentoso jogador. Perde o futebol, já ruim de valores, com a ausência de Edmundo."
Vicente Limongi Netto (Brasília, DF)

Limpeza temporária
"O plano elaborado para acabar com a violência no Rio não pode sofrer interferências do governador daquele Estado, sob pena de inviabilizá-lo. O governador do Rio teve quatro anos para agir e não fez nada para findar a violência. Quando da Eco 92, o mesmo comandante que agora vai atuar conseguiu limpar, mesmo que temporariamente, o Estado do Rio de Janeiro."
Alex O. R. de Lima (São Paulo, SP)

Quem sustenta a princesa?
"É até motivo de orgulho saber que todas as vezes que pisa em solo americano a princesa de Gales não é recebida pelos Clinton, mas pelos Flecha de Lima, que entre banquetes e recepções tentam amenizar o sofrimento da 'pobre' princesa. Longe de mim querer ser o urubu da festa, mas uma pergunta tem martelado minha cabeça: quem está bancando o rega-bofe real? Os britânicos? O embaixador? Ou somos nós, plebeus brasileiros pagadores de impostos?"
Mario Souza (Nova York, EUA)

Viver de Aids
"Os complacentes na luta contra a Aids preconizam sistematicamente providências agradáveis, como distribuição de agulhas e seringas a toxicômanos ou de camisinhas para os que não adotam relacionamento sexual responsável. Temo que, por vezes, devem tais atitudes estar acopladas a interesses comerciais e ao consagrado desejo de levar vantagem em tudo. Recente ocorrência novamente levantou suspeita a propósito. Determinado órgão público comprou grande quantidade de camisinhas por preço superfaturado apesar de ter 2,4 milhões estocadas e doadas por país estrangeiro. Houve uso da já manjada aquisição emergencial. De Aids muita gente morre, mas também vive."
Vicente Amato Neto (São Paulo, SP)

Abrangência histórica
"Faltou abrangência histórica em relação aos índios ao notável Jaguaribe no artigo de 1/11, analisando o conflito carioca. Comparando os favelados dos morros do Rio aos 'místicos' moradores da centenária Canudos, inverte o fato de que o arraial de Antonio Conselheiro era mais farto e organizado do que o sertão em redor, inclusive exportando e incomodando os coronéis locais por este fator."
Paulo Matos, jornalista (Santos, SP)

Forrest Franco
"Itamar foi ao cinema para ver "Forrest Gump". Deve ter saído impressionado. O filme é quase uma biografia do mineiro de Juiz de fora. Poderia se chamar "Forrest Itamar" ou "Itamar Gump"
Geraldo Anhaia Mello (São Paulo, SP)

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