São Paulo, segunda-feira, 7 de novembro de 1994
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Corpo é deixado perto da sede do governo do Rio

ANTONIO ROCHA FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O corpo do comerciante Alexandre de Oliveira Salamene, 36, morto a tiros e com sinais de tortura, foi deixado a cerca de 50 metros do palácio Guanabara, a sede do governo estadual, na tarde de sábado.
Segundo testemunhas, por volta das 15h, cinco homens em uma Kombi bege deixaram o corpo envolto em um saco plástico na rua Coelho Neto, Laranjeiras (zona sul), a dois quarteirões do palácio. O local é residencial e bastante movimentado.
O corpo de Salamene –que era proprietário de um bar no Catete (zona sul)– tinha marcas de quatro tiros: dois no rosto, um no peito e um no pulso direito. Foi abandonado sem documentos.
Os pés estavam amarrados com um arame fino. O comerciante tinha ainda um outro arame enfiado no ouvido direito.
Após abandonar o corpo, os cinco homens saíram na Kombi em alta velocidade, avançaram o sinal vermelho e viraram na rua Pinheiro Machado em direção a Botafogo (zona sul).
Não há pistas dos assassinos. Segundo policiais da 9+ DP (Catete), é possível que Salamene tenha se envolvido em alguma rixa com moradores do morro de Santo Amaro que frequentavam seu bar, o que teria provocado sua morte.
O principal indício é que a mulher de Salamene, Elenita, foi avisada do assassinato do marido por um funcionário do bar que mora no morro, antes mesmo de a polícia ter identificado o morto. Ele pode ter ficado sabendo do crime em conversas no morro.
A polícia acredita que o corpo seria abandonado em outro local, mas, com a proximidade da sede do governo, bem policiada, os assassinos acabaram deixando na rua Coelho Neto.
Um dos irmãos de Salamene, que pediu para não ser identificado, disse acreditar em vingança. Segundo ele, a família iria se reunir ontem para comemorar o aniversário de Salamene, que faria 37 anos hoje.

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