São Paulo, segunda-feira, 7 de novembro de 1994
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Estudante circula em favela

SANDRO GUIDALI
FREE LANCE PARA A FOLHA

Roberta Osta, 15, aluna do 1º ano do 2º grau do Colégio Santo Inácio, em Botafogo (zona sul), convive com uma das favelas mais violentas do Rio, desde que começou a fazer estágio na creche do morro Dona Marta, a 200 m de sua sala de aula.
Em junho, Roberta começou a trabalhar com as crianças do morro, às sextas-feiras, durante duas horas. Ela sobe e desce o Santa Marta tranquila e é sempre bem recebida por lá.
Futura estudante de medicina, Roberta não teme os traficantes e diz que nunca presenciou qualquer violência dentro da comunidade, em quatro meses de convívio com os moradores.
Folha – Você não sente medo quando circula pelo morro?
Roberta Osta – Nunca fui hostilizada, nem vi qualquer assalto ou crime. As pessoas gostam de mim. Tenho amigos lá.
Folha – Como os seus pais reagiram quando você disse que ia trabalhar no morro?
Roberta – As reações foram as mais diversas possíveis. Eles ficaram com medo, mas com o tempo viram que eu não corro risco algum trabalhando lá.
Folha – Você é a favor da participação das Forças Armadas no combate ao tráfico?
Roberta – A situação que vivemos hoje é extrema. É preciso fazer alguma coisa. Sou a favor da participação dos militares. O crime não pára de crescer.

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