São Paulo, segunda-feira, 7 de novembro de 1994 |
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INXS
PAULO HENRIQUE BRAGA
"Foi bom para a a banda crescer desse jeito. Aprendemos a tocar e divertir o público jovem", diz o baixista Garry Beers, hoje com 37 anos. O grupo está lançando no Brasil a coletânea "Greatest Hits", que reúne sucessos e duas músicas inéditas, "The Strangest Party" e "Deliver Me", a primeira já com clipe na MTV. Beers deu entrevista exclusiva à Folha, por telefone, de Londres, onde o grupo esteve para promover o novo disco. Ele falou do início de carreira, das influências da banda e das dificuldades da vida na estrada. Lembrou com saudades dos dois shows que o INXS fez no Brasil (janeiro de 91 e março deste ano) e prometeu voltar ao país na próxima turnê. "No Brasil estão algumas das mulheres mais lindas do mundo." Folha - Qual a diferença entre o cenário do rock australiano hoje e quando o INXS começou? Garry Beers - Quando começamos era tudo baseado em apresentações ao vivo, havia poucos grupos com disco. Hoje, a ênfase nas gravações é maior. Ainda há na Austrália muitos lugares bons para tocar, não tantos como antes, mas as bandas ainda aprendem a se apresentar bem cedo. Folha - Você acha que hoje é mais fácil fazer sucesso no exterior do que foi para vocês? Beers - Eu acho que agora é um pouco mais fácil porque há oportunidade de gravar e fazer com que algo aconteça antes de sair do país. AC/DC foi a primeira banda que saiu da Austrália e foi morar na Europa. E foi o que fizemos também. Hoje é um pouco mais fácil, se você tiver uma boa gravadora. Folha - Que tipo de música influenciou vocês no início de carreira? Beers - Nos reunimos durante o movimento punk. Fomos influenciados pela música punk, mas também por muita coisa de funk. Sempre fomos fãs da gravadora Motown. Folha - Qual era rotina da banda quando começaram? Beers - Eu trabalhava em um posto de gasolina, fui frentista por seis anos. Todos nós trabalhávamos. Então, em 77, mudamos para o oeste da Austrália. A partir daí, conseguíamos viver da renda dos shows. Folha - E agora vocês são astros... Beers - Bem... temos uma vida mais confortável, mas ainda viajamos e tocamos muito. Folha - O que vocês fazem quando estão em turnê e como conseguem conciliar isso com a vida pessoal? Beers - É bem difícil. Todos nós temos família na Austrália. Minha mulher, por exemplo, está na Austrália com a minha filha de 2 anos, que está doente. É preciso saber lidar com isso, tendo alguns interesses fora da música. Eu gosto de jogar golfe e esquecer o fato de estar longe de casa. Mas a maior parte do tempo é ocupado com a preparação dos shows e as apresentações. Folha - Que tipo de música tem influenciado o INXS? Beers - "Full Moon Dirty Hearts", de 93, foi influenciado pela energia de bandas jovens, como Nirvana e Red Hot Chilli Peppers. As pessoas falam de grunge, mas era a mesma música que havia na Austrália quando começamos, rock pesado. Folha - Que lembranças vocês tem das duas vezes em que estiveram no Brasil? Beers - Adoramos ir ao Brasil. O público é um dos mais loucos e animados para quem já tocamos. Além disso, no Brasil estão algumas das mulheres mais lindas do mundo. Folha - Algum plano de shows por aqui? Beers - Espero que possamos ir depois da gravação do próximo disco. Quando começarmos a turnê, com certeza queremos tocar no Brasil. Texto Anterior: Dupla se identifica com filme e lança 1º disco Próximo Texto: Pepeu Gomes deveria abrir show para os Stones Índice |
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