São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994 |
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Salão reúne exportadores de frutas em SP
DA REPORTAGEM LOCAL A captação de investimentos externos para projetos de produção irrigada de flores e frutas será um dos principais temas em debate no Siaf (Salão Internacional de Irrigação, Agroindústria, Fruticultura, Floricultura e Olericultura), que será realizado em São Paulo, entre os próximos dias 22 e 26.Um dos dados que o setor exportador de frutas levará ao salão para atrair os investidores refere-se à previsão de faturamento com as vendas de uva e manga ao exterior. A receita com as exportações dessas frutas, produzidas nas áreas irrigadas do Vale do São Francisco, deve alcançar em 94 perto de US$ 50 milhões, com crescimento de 67% sobre o valor registrado no ano passado. A previsão é da Valexport, um pool de empresas de exportação da região de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), no Vale do São Francisco. Apesar de ser a principal produtora de frutas irrigadas no Brasil, os empresários da região dizem que a infra-estrutura de apoio ao armazenamento e escoamento é precária. "Faltam câmaras frigoríficas para o armazenamento e os portos nordestinos não têm píers específicos para frutas", afirma Aristeu Chaves, presidente da Valexport e da Curaçá, uma empresa de frutas da região. No porto de Suape, em Pernambuco, a câmara frigorífica fica distante cerca de quatro quilômetros do píer dos minérios, por onde as frutas são exportadas. Chaves diz que a falta de um píer próximo à câmara frigorífica prejudica a qualidade do produto. Outros portos do Nordeste, segundo Chaves, nem câmara frigorífica possuem. Outra questão que a Valexport levará para debate no Siaf é a falta de linhas de crédito para pequenos e médios agricultores na aquisição de câmaras frigoríficas e outros equipamentos de apoio ao cultivo irrigado. Para o debate sobre alternativas de captação de financiamentos e investimentos externos, a Campo Feiras, organizadora do evento, convidou representantes de empresas européias e norte-americanas. Os representantes dos EUA também vão explicar as normas de inspeção fitossanitária para evitar a entrada de fruta com larvas da mosca-das-frutas. As normas são rigorosas e só nos últimos três anos o Nordeste conseguiu autorização para exportar mangas ao país. Em outubro, a Mapel, empresa de Salvador (BA), se tornou a terceira empresa da região a vender manga para os Estados Unidos. Até o final do ano, a previsão é de que sejam exportadas até 300 mil caixas de 4 kg, aumentando para 600 mil caixas no próximo ano, segundo o agrônomo da empresa, Juscelino Carvalho. Para autorizar a entrada de mangas no país, o governo norte-americano exige um tratamento das frutas em água quente, a 46,1ºC. Mangas até 420 gramas precisam permanecer 75 minutos na água quente e frutas com peso entre 420 gramas e 620 gramas, 90 minutos. O Siaf contará com a participação de 120 expositores, entre exportadores de frutas, flores e hortaliças, além de agroindústrias e órgãos do governo ligados a agricultura e projetos de irrigação. SIAF'94: De 22 a 26 de novembro, no Mart Center, em São Paulo. Informações no tel. (011) 285-3548. Texto Anterior: Chuvas favorecem plantio da safra de verão em SP Próximo Texto: Preço da arroba mantém estabilidade Índice |
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