São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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Inflação do Plano Real preocupa, diz Musa

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O real vive um momento delicado porque as taxas de inflação superiores a 3% ao mês são "extremamente elevadas para um plano de estabilização".
A opinião é de Edson Vaz Musa, presidente da Rhodia do Brasil. "O momento é preocupante porque havia uma expectativa de que estava tudo resolvido", afirma.
Musa, que participou ontem de um seminário do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros), em São Paulo, diz que a cultura da indexação tornará difícil no Brasil a luta contra a inflação.
Musa diz que o sucesso do Plano Real depende de uma ampla revisão da Constituição e do Estado.
"É preciso atacar as reformas estruturais imediatamente, embora isso não seja simples", afirma.
Para ele, a questão das reformas será um problema político difícil para o próximo governo resolver.
"Fernando Henrique terá um grande trabalho pela frente para que o real seja um sucesso", diz.
"A obtenção da estabilização é um processo complicado e não se deve criar a expectativa nos agentes econômicos de que tudo será resolvido de uma vez só", diz.
Para ele, a estabilidade econômica vai atrair montantes gigantescos de investimentos no Brasil.
Musa defende a adoção imediata de medidas de estímulo aos investimentos nacionais e estrangeiros para o aumento da oferta de produtos no país.
Neste sentido, Musa diz esperar que o governo de Fernando Henrique Cardoso acelere "brutalmente" o processo de privatizações e da quebra dos monopólios estatais.
Musa diz que a Rhodia continuará a investir fortemente no Brasil. A multinacional francesa vai investir US$ 130 milhões no Brasil em 95, depois de investimentos de US$ 95 milhões em 94.
Musa espera que a abertura de capital da Rhodia-Ster, a fusão da Rhodia com a Celbrás, ocorra antes de 10 de dezembro.
A Rhodia-Ster, líder do mercado de poliéster da América Latina, vai abrir 30% de seu capital com a captação de cerca de US$ 150 milhões –vai colocar um terço das ações no Brasil, um terço nos EUA e um terço na Europa. Cerca de 10% das ações destinadas ao Brasil serão oferecidas aos 9,7 mil funcionários do grupo Rhodia.

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