São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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Clinton se diz pronto para vitória dos republicanos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que sua mão estará estendida para a oposição do Partido Republicano caso ela conquiste hoje a maioria no Congresso: "O povo é o patrão neste país. Eu trabalho para ele".
Embora tenha ressaltado que seu partido, o Democrata, "se sairá muito melhor do que os especialistas acham" nas eleições parlamentares e para governos estaduais de hoje, Clinton admitiu perder o controle do Congresso.
Apesar de os democratas terem recuperado terreno nas duas últimas semanas, pesquisas de opinião pública divulgadas ontem ainda dão preferência da maioria à oposição.
O Instituto Gallup afirma que entre os eleitores que dizem ter certeza que vão votar hoje, 51% preferem os republicanos e 44% os democratas. Entre os eleitores em geral, há empate de 46% nas preferências.
Abstenção
O voto nos EUA não é obrigatório. A abstenção costuma ser maior entre eleitores democratas do que entre republicanos.
A previsão dos serviços de meteorologia para hoje é de tempo bom em todo o país, o que favorece a Clinton.
A pesquisa também indica que entre todos os eleitores, 46% dizem preferir não votar em candidatos apoiados por Clinton (41% dizem que o endosso do presidente os faz escolher um candidato).
Apesar disso, o presidente manteve ontem o ritmo frenético de campanha que marcou seus últimos cinco dias.
Ele está cruzando o país de costa a costa para participar de comícios de candidatos democratas ao Congresso.
Republicanos
O Partido Republicano tem pela primeira vez em 40 anos a chance de ser maioria nas duas casas do Congresso. Mesmo que as eleições de hoje não lhe confiram a maioria, vários parlamentares democratas cogitam trocar de partido no ano que vem.
Se isso ocorrer, Clinton terá graves dificuldades para governar nos dois anos que lhe restam de mandato e problemas para se reeleger em 1996.
Mas alguns assessores acham que uma vitória republicana hoje pode dar a Clinton excelente argumento para responsabilizar o Congresso por seus eventuais fracassos administrativos.
Mesmo que não chegue a perder a maioria no Congresso, o presidente terá de governar com um Congresso bem mais hostil do que o atual. Há poucas dúvidas de que a segunda parte de seu mandato será mais conservadora.
Além de renovarem toda a Câmara e 35% do Senado, as eleições de hoje também decidem a sorte de 36 governadores de Estado e alteram todos os legislativos estaduais e municipais do país.

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