São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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Campanha contra a fome; QI em debate; Sucessão mineira; Covas escondido?; Efeito ágio

Campanha contra a fome
"Venho parabenizá-los pela participação também neste Natal da Campanha Contra a Fome de Betinho. Em meio à constante negligência demonstrada pelos nossos políticos e governantes com relação aos verdadeiros problemas de uma sociedade em que são tão claras e contrastantes as diferenças sociais, em que fica tão evidente a desigualdade e a miséria, orgulho-me de ser assinante de um jornal que se envolve e assume posição diante de um verdadeiro e grave problema."
Alessandra Roberta Tamoyo (Guarulhos, SP)

QI em debate
"Nota dez ao artigo de Marcelo Coelho de 2/11 ('Inteligência está além dos testes de QI'). Ele resume toda a indignação que senti e os comentários que gostaria de ter feito sobre o intrigante livro 'The Bell Curve', sobre as supostas diferenças de inteligência entre amarelos, brancos e negros. Aguardo para breve mais artigos tão lúcidos sobre o polêmico assunto."
Saeyla de Almeida Guedes (Campinas, SP)

"O termo 'raça' representa um mito degenerado. Ele é tão imbecil quanto os testes de QI."
Carlos Eduardo Fernandes Netto (Ribeirão Preto, SP)

Sucessão mineira
"As informações publicadas na reportagem da pág. 1-12 da Folha de 6/11, transmitidas pela Procuradoria de Justiça de Minas Gerais, são totalmente infundadas e têm caráter injurioso e difamatório. O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, sr. Castelar Guimarães Filho, vem infringindo o artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, pois insiste em dizer que eu desviei verbas e falsifiquei documentos enquanto presidente da Fundação Casa, de Barbacena. Aproveitando-se do cargo de eventual chefe da Procuradoria de Justiça, e sempre através de entrevistas nos jornais, levanta contra mim injúrias e difamações, quando se sabe que o referido dispositivo constitucional estabelece que 'ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória'. Essas surradas acusações já mereceram do Supremo exame e rejeição. O procurador-geral de Justiça de Minas continua divergindo da decisão do Supremo e volta com as mesmas acusações, embora com nuances diferentes. O atual diretor-superintendente da Fundação Casa enviou carta ao procurador-geral de Justiça Castelar Guimarães, na qual são juntados diversos documentos, comprovando que não existe nenhuma nota fiscal falsa, nem qualquer desvio de verbas. A nota fiscal já referida em outras entrevistas pelo procurador Castelar é a de número 000051, emitida pela Distribuidora Globo de Bebidas Ltda. e está registrada na Agência Fazendária de Barbacena, no cartório de Barbacena e no diário da Fundação Casa. Trata-se, portanto, de documento contábil verdadeiro e autêntico, sendo inverídica a informação do procurador Castelar de que se trata de 'falsificações grosseiras e estarrecedoras'. Há documentos juntados e do conhecimento do procurador Castelar de que a Distribuidora Globo comercializava também outros produtos como artefatos de couro, sementes, químicos, materiais de construção e cerâmica. Devo esclarecer ainda que o repórter da Folha não esteve no local onde estão construídas as casas, pois, se tivesse procurado a direção da Fundação Casa, a ele teriam sido mostradas não 100, mas 240 residências construídas."
Hélio Costa, candidato do PP ao governo de Minas (Belo Horizonte, MG)

Resposta do jornalista Hélcio Zolini – A reportagem esteve em Barbacena. Para a construção de casas populares naquele município, a Fundação Casa assinou dois convênios com a Secretaria de Planejamento, a Secretaria Especial de Ação Comunitária e a Prefeitura de Barbacena. O de número 1.354/87 tinha por objetivo construir cem casas no distrito de Torres; o de número 10-0070/88, construir 350 casas na periferia de Barbacena. No local relativo ao primeiro convênio, a reportagem constatou a existência de apenas três barracos em vez de cem casas. Quanto ao segundo convênio, o candidato ao governo de Minas não explica por que as 350 casas previstas resultaram em 240, como ele mesmo admite em sua carta.

"Sobre matéria veiculada pela Folha em 6/11, pág. 1-12, sob o título 'Costa e vice de Azeredo são investigados', o candidato a vice-governador na chapa da coligação Todos por Minas (PSDB-PTB-PL), Walfrido Silvino dos Mares Guia, solicita correções. A reportagem da Folha diz que 'a conta, de número 2.507.695, era do Banco de Boston, localizada na rua 57, em Nova York. Ela foi registrada com a senha Pytágoras'. O registro Pytágoras não é 'uma senha'. Trata-se de empresa internacional –Pythagoras International Ltda.–, que consta na declaração de bens de Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto, desde 1984, e na declaração de bens do mesmo fornecida à Justiça Eleitoral. Walfrido é sócio dessa empresa, que está legalmente registrada. É importante esclarecer que a empresa Pytágoras manteve e mantêm operações no exterior. O candidato a vice informa à Folha que não há nenhum inquérito instaurado sobre o assunto. Informa que nem sequer foi convidado a depor ou prestar qualquer tipo de esclarecimento à Polícia Federal até a data de hoje. O candidato a vice-governador ratifica a informação de que não possui conta pessoal no exterior e jamais remeteu dólares ao exterior irregularmente."
Eduardo Guedes, coordenador de Imprensa da coligação Todos por Minas –PSDB-PTB-PL (Belo Horizonte, MG)

Covas escondido?
"Solicito que seja desmentida a informação dada dia 5/11, na seção Painel (pág. 1-4), de que seria estratégia da campanha Covas esconder o candidato, evitar contatos com a imprensa. Prova disso é que Covas tem dado entrevistas coletivas diariamente, sempre com a presença de repórteres da Folha. Além do que dedicou toda a manhã de terça-feira, dia 1º, na própria sede da Folha, a uma entrevista com nove leitores do jornal, dentro do projeto 'Cidadão Folha'. Onde, portanto, há suposta estratégia de escondê-lo?"
Fernando Pacheco Jordão, assessor de imprensa (São Paulo, SP)

Nota da Redação – Em que pese as entrevistas coletivas dadas por Mário Covas, Folha vem solicitando há 20 dias sem sucesso uma entrevista exclusiva com o candidato.

Efeito ágio
"Quando li a nova tabela do IPVA, não consegui acreditar que o meu carro pudesse valer muito mais do que um similar 0 km. Achei que pudesse ser um erro, como aconteceu o ano passado em relação a outros modelos, e que uma nova tabela seria divulgada. Qual não foi a minha surpresa ao ler a uma matéria intitulada 'IPVA fica até 56,74% mais caro em 1995' (edição de 5/11), em que o sr. Walter José Guedes Jr., consultor tributário, acabou com as minhas esperanças de justiça, declarando que os valores para os carros populares estão corretos pois, segundo ele, não foi possível deixar de captar o ágio sobre os usados. Que país é este onde a própria Fazenda está se utilizando da cobrança do ágio para aumentar a arrecadação de impostos?"
Maria Silvia Mendonça de Barros (São Paulo, SP)

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