São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994
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PF carioca quer treinamento e mais armas

FERNANDO RODRIGUES
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Os policiais federais do Rio decidiram ontem em assembléia reivindicar mais armas e treinamento antes de se incorporarem à operação de combate ao tráfico de drogas e ao contrabando.
A assembléia foi convocada pelo Sindicato dos Policiais Federais no Rio. Participaram cerca de 50 policiais.
Como resultado, o presidente do sindicato, Hermínio Leite Ferreira, disse que enviaria ontem uma carta para Eleutério Parracho, superintendente da PF no Rio, listando as reivindicações da categoria.
Os policiais federais cariocas pedem coletes à prova de balas, munição para treinamento, armamento de longo alcance, equipamentos de comunicação, novos veículos para combate nos morros e treinamento especializado.
"A maioria dos nossos servidores não está preparada para esse tipo de operação", diz Ferreira.
Segundo o sindicalista, um treinamento adequado "teria que durar, pelos menos, uns três meses".
Como a situação é de emergência, Ferreira acha possível montar um programa especial de treinamento que "duraria uns 15 dias".
"Se o treinamento começasse na próxima segunda-feira, poderíamos contar uns 20 dias a partir daí para começar a pensar em participar de alguma ação", afirmou.
Caso seja atendido o pedido da PF do Rio, o Exército terá duas opções para dar início às ações diretas nos morros: começar já sem a participação dos policiais federais ou postergar os trabalhos para o início de dezembro.
A exigência dos policiais federais é apenas continuação de pedidos mais antigos. "Há anos que não temos munição para fazer treinamento de tiro. O policial que deseja treinar tem que comprar as balas e pagar do próprio bolso", disse Ferreira.
Parracho não quis se pronunciar sobre o assunto. A Folha telefonou oito vezes para Parracho, a partir de 9h da manhã de ontem.

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