São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994
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Rodízio de água chega amanhã à zona leste

DA REPORTAGEM LOCAL

Começa às 20h de amanhã o rodízio no fornecimento de água na zona leste de São Paulo. A medida atinge 1,6 milhão de pessoas.
Ao todo, 4 milhões de paulistanos ficarão sem água. Desde 3 novembro, 3,3 milhões de moradores das zonas sul, oeste e central passam por cortes no fornecimento.
Nos bairros da zona leste, a água será cortada por 24 horas. Nas 72 horas seguintes, o abastecimento será normal.
Nas zonas sul e oeste, o corte acontece por um período mínimo de 34 horas. O abastecimento é normal por até 62 horas.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não tem previsão para normalizar o abastecimento.
Para o rodízio ser suspenso, é preciso que chova três vezes mais do que o índice médio de novembro (132 milímetros). Nos oito primeiros dias deste mês mês, choveu 7,1 milímetros em São Paulo.
A represa Guarapiranga, que abastece a zona sul e parte da zona oeste, precisa estar com pelo menos 41% do volume normal para que o abastecimento de água na região seja normalizado.
Ontem, a Guarapiranga estava com 29,5% de sua capacidade. No início do rodízio, a represa estava com 30,5%.
Segundo o presidente da Sabesp, Luiz Appolônio Neto, 46, já era esperado que os níveis da Guarapiranga continuassem caindo.
"O consumo tem sido muito elevado por causa das altas temperatura. Se não houvesse racionamento, a represa estaria ainda muito mais seca", afirma.
Ele diz que o rodízio é a única maneira de diminuir o ritmo de queda do nível dos reservatórios, enquanto não chover forte.
"Sei que o racionamento é um transtorno para todo mundo, mas é também a única maneira de evitar que os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê entrem em colapso."
O sistema do Alto Tietê, responsável pelo abastecimento de parte da zona leste, estava ontem com 25,1% de seu volume normal.
Segundo o presidente da Sabesp, os moradores das zonas afetadas pelo rodízio devem economizar água o tempo todo e não apenas nos períodos de corte.
"Nunca vi uma seca tão severa como a deste ano. Em agosto e setembro, não choveu nada na Guarapiranga e isso nunca havia acontecido. É preciso ter paciência e torcer para que chova bastante nas próximas semanas", diz.

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