São Paulo, sexta-feira, 11 de novembro de 1994
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Conveniados querem cancelar aumentos

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) recebeu, de outubro até ontem, mais de 300 reclamações sobre aumentos abusivos nos preços do convênio de saúde Classes Laboriosas.
Os conveniados pretendem entrar com uma ação civil na Justiça para cancelar estes aumentos.
O convênio enviou uma carta a seus associados explicando que eles deveriam escolher até o dia 30 deste mês entre quatro novos planos.
Osvaldo Manéculo, presidente do Classes Laboriosas, não quis falar sobre o assunto ontem.
Procurado na sede da empresa, na rua Roberto Simonsen (região central de São Paulo), ele afirmou que se pronunciaria apenas hoje. Ele foi informado sobre o teor da reportagem.
Planos
Anteriormente, havia dois planos, de R$ 17,10 e R$ 29,34 mensais. O convênio criou duas novas faixas, de R$ 50,00 e R$ 70,00 mensais.
Apenas quem pagar os R$ 70,00 poderá contar com o plano completo, antes oferecido por R$ 29,34.
A empresária e jornalista Sofia Carvalhosa é uma das associadas do Classes Laboriosas.
Para ela, as mensalidades antigas eram baixas. "Mas todo mundo que se inscrevia no plano tinha que pagar uma jóia, de cerca de US$ 1.000 (R$ 830,00)".
Segundo Sofia, o convênio é um dos mais antigos de São Paulo, com mais de cem anos. "Muitos optavam por ele por ser diferente, charmoso. Agora ele está querendo se modernizar."
Para ela, os problemas do convênio começaram há cerca de dois meses, quando deixou de oferecer os serviços do hospital Albert Einstein.
"Agora, com esta história de aumento, ele está deixando de parecer uma coisa sólida, tornando-se inseguro".
Sofia pretende optar pelo novo plano de R$ 70,00, ao menos por enquanto. "Depois vou procurar outro convênio que me satisfaça".
O Procon estuda uma possível ação coletiva dos associados contra o convênio .
A diretoria do convênio já se reuniu com o Procon para discutir o assunto. Os diretores teriam alegado ao Procon que, com os antigos preços, o convênio não conseguia verbas para se manter.
Para Sofia, os problemas do Classes Laboriosas devem ter começado com o Plano Real. "Eles deviam ganhar muito especulando no mercado financeiro. Agora isso não é mais possível".

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