São Paulo, sexta-feira, 11 de novembro de 1994
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Estoque baixo gera queda na venda de importados

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado continua aquecido, alguns modelos têm fila de espera de até três meses, mas os importadores de carros prevêem nova queda de vendas neste mês.
O motivo é simples: falta de mercadoria. Os revendedores não têm veículos em estoque para atender os consumidores.
"Não se encontra nenhum modelo para pronta entrega na faixa até US$ 17 mil", afirma Emilio Julianelli, presidente da Abeiva (associação dos importadores).
Segundo ele, a falta de carros atinge também os modelos luxuosos. "Poucas marcas ainda têm os seus 'top' de linha em estoque".
O aumento de demanda –provocado pela desvalorização cambial e pela redução da alíquota do Imposto de Importação– pegou de surpresa o setor, diz Julianelli.
"Todas as marcas tiveram que rever seus volumes de importação. A partir do momento em que é feita a encomenda até a chegada há demora de 90 a 120 dias", afirma.
No mês passado, apesar da realização do Salão do Automóvel e da demanda aquecida, as marcas associadas da Abeiva tiveram queda de 6,81% nas vendas.
Segundo Julianelli, essa situação deve se repetir este mês, embora várias marcas tentem apressar a chegada de novos lotes.
Com a queda do dólar e a redução de tarifa, os importados se tornaram "mais competitivos".
A concorrência atinge os veículos nacionais de luxo. As vendas de Versailles, da Ford, Santana, da Volks, e Omega, da GM, caíram nos dez primeiros meses deste ano, em comparação com 93.
A Ford vendeu 52,8% menos Versailles do que em 93. Omega e Santana tiveram quedas de 37,6% e 28,9%, respectivamente.
Enquanto isso, as vendas da BMW cresceram no mesmo período 81%.

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