São Paulo, sexta-feira, 11 de novembro de 1994
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Empresas não querem especialização em popular

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente de Assuntos Corporativos da Autolatina, Miguel Jorge, definiu como "neocolonialismo" a idéia de tornar a indústria automobilística brasileira especializada na produção do carro "popular".
"Isso significaria impedir o acesso do país às novas tecnologias, que somente podem ser assimiladas com a produção de veículos mais sofisticados".
A afirmação foi feita no debate sobre "A Mobilidade no Ano 2000", promovido pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos.
Também participaram do encontro Mark Hogan, presidente da General Motors, Silvano Valentino, presidente da Fiat do Brasil, e Ozires Silva, ex-ministro da Infra-estrutura do governo Collor.
O presidente da GM concorda com a Autolatina. Segundo ele, "nenhuma montadora sobrevive produzindo só carro pequeno".
Valentino tem posição diferente. Para o presidente da Fiat, o desenvolvimento do mercado brasileiro passa pelo aumento de produção do carro "popular". O mercado se desenvolve "de baixo para cima", afirmou. "O que não significa que vamos renunciar à produção de carros médios e de luxo".
Hogan disse que é "muito difícil fabricar Omega e Vectra no país com uma tarifa de 20%", referindo-se à redução do Imposto de Importação.
A medida tomada pelo governo, segundo ele, foi responsável pela suspensão dos planos de construir a nova fábrica da GM no Brasil.
"Antes de investirmos US$ 500 milhões queremos conversar com o presidente eleito e conhecer os planos para o setor", explica.
Miguel Jorge também fez críticas à redução do imposto. "Antes da decisão do governo, nosso plano era importar 20 mil Golf em 95. Agora o objetivo é trazer 80 mil. Parece que o governo precisa ter um déficit comercial de US$ 40 bilhões. Então vamos ajudar".
Miguel Jorge disse que a indústria automobilística brasileira atingirá o máximo da sua capacidade instalada até o final de 96.
(APF)

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