São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994 |
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Família Sarney tenta reverter desvantagem
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS A família Sarney faz, na reta final do segundo turno, o último esforço para evitar sua maior derrota eleitoral: a não eleição de Roseana Sarney (PFL) para o governo do Estado do Maranhão.Com a mobilização de 130 prefeitos e de intenso corpo-a-corpo realizado nos últimos dias pelo ex-presidente José Sarney, pai de Roseana, pelo senador eleito Alexandre Costa (PFL) e por cerca de 40 deputados federais e estaduais aliados de Roseana, os pefelistas esperam reverter a liderança de Epitácio Cafeteira (PPR). Os sarneyzistas torcem para que os 230 mil votos do candidato derrotado Jackson Lago (PDT) não sejam transferidos para Cafeteira. Lago apóia o candidato do PPR mas à distância, como faz o PT da capital. A direção petista decidiu indicar o voto em Cafeteira sob protestos da militância que na última semana distribuiu panfletos em São Luís pregando o voto nulo. A candidata do PFL conquistou no segundo turno a adesão do PC do B e apresenta-se como a preferida do presidente eleito Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Antes de viajar para o leste europeu, o tucano gravou um vídeo para ser exibido nos comícios de Roseana. Na semana passada, ela foi a Brasília encontrar-se com FHC. Roseana e Cafeteira foram denunciados no Tribunal Regional Eleitoral por uso da máquina pública em campanha. O Ministério Público está investigando a utilização de dois carros do governo do Estado para transportar eleitores de Roseana apreendidos pela Justiça Eleitoral em Presidente Vargas (167 km de São Luís) e Mirador (478 km da capital). Cafeteira foi acusado de pagar despesas de propagandas com recursos das prefeituras de Coroatá e São Luís. A prefeita de Coroatá, Maria Tereza Murad, é mulher de Ricardo Murad, aliado do senador e cunhado de Roseana. A prefeita de São Luís, Conceição Andrade (PSB), apóia Cafeteira desde o primeiro turno. O Tribunal de Contas do Estado pediu na semana passada às prefeituras de Coroatá e São Luís e ao governo do Estado cópias de todos os convênios de contratos firmados desde 1º de julho. "Através das finalidades dos convênios e da data da assinatura saberemos se os fins foram eleitoreiros", afirmou o presidente do TCE, Álvaro César de França Ferreira, 42. Cafeteira conseguiu reverter o favoritismo que Roseana manteve até 3 de outubro, quando fez 540.825 votos, quase 200 mil a mais que seu adversário. O senador de 70 anos apresentou-se no segundo turno como o "anti-Sarney", aquele que "libertará o Maranhão da família imperial". Texto Anterior: Urnas devem promover 'eleição da virada' Próximo Texto: Deputados abandonam a candidata do PDT Índice |
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