São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Disputa está polarizada entre capital e interior

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Pela primeira vez desde a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, as eleições no Rio estão polarizadas entre um candidato cuja base política está na capital e outro que tem votos concentrados no interior.
Disputam o governo o carioca Marcello Alencar (PSDB), 69, ex-prefeito da capital, e o interiorano Anthony Garotinho, (PDT), 34, ex-prefeito de Campos (280 km ao norte do Rio), sua cidade natal, com 400 mil habitantes.
Seja qual for o resultado das urnas, o próximo governador do Rio será o primeiro, desde o retorno das eleições diretas (1982), nascido no Estado.
Em 82, o gaúcho Leonel Brizola (PDT) derrotou o piauiense Wellington Moreira Franco (PDS). Em 86, Moreira, no PMDB, venceu o mineiro Darcy Ribeiro (PDT), hoje senador. Em 90, Brizola foi eleito. O segundo colocado foi o paulista Jorge Bittar (PT).
No segundo turno, Garotinho concentrou a campanha na capital, onde no primeiro turno teve apenas 19,25% dos votos válidos, contra 45% do tucano.
A última pesquisa Datafolha, feita nos dias 7 e 8, confirma a liderança de Alencar na capital: 55% a 30%. No total do Estado, o tucano tem 46% e seu adversário 38% das intenções de voto.
No interior –excluídas as cidades da região metropolitana–, a pesquisa deu 46% para Garotinho, contra 35% do PSDB.
Excluídas as cidades ao redor do Rio (Baixada Fluminense, São Gonçalo e Niterói), o interior tem 24% do eleitorado. A capital concentra 44% das 9.129.047 eleitores fluminenses.
Os dois candidatos tentam compensar as deficiências buscando votos nas cidades ao redor da capital. Os sete municípios da Baixada têm 23% do eleitorado. São Gonçalo e Niterói somam 9,2%.
Atrás dos votos, Alencar e Garotinho fizeram dos tribunais palcos da disputa. Eles já acionaram o TRE com pelo menos 60 pedidos de direitos de resposta no programa de TV, encerrado ontem.
Dezenas de denúncias de corrupção incluíram a Justiça comum no cenário eleitoral. Os candidatos se acusam de irregularidades nas respectivas administrações.

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