São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Fraudes no Rio vão ser residuais, diz procurador

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O procurador-regional-eleitoral do Rio, Alcyr Molina da Costa, disse que as providências tomadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) farão com que as fraudes sejam reduzidas a níveis "residuais" nas novas eleições proporcionais (para deputados federais e estaduais) do Estado.
O TSE praticamente assumiu o controle das eleições fluminenses, após a votação de 3 de outubro ter sido anulada pela Justiça Eleitoral local, que constatou a existência de fraude generalizada.
Por tabela, o esquema montado para garantir as eleições proporcionais vai garantir também o segundo turno para governador.
A votação será supervisionada pelo corregedor-geral-eleitoral, Cid Flaquer Scartezzini, e pelo ministro Carlos Velloso, que deverá substituir o ministro Sepúlveda Pertence na presidência do TSE.
Para o TRE do Rio, não há intervenção, mas colaboração do tribunal superior.
Para o desembargador Genarino Carvalho Pignataro, presidente da comissão de apuração do TRE, a diferença entre o pleito de 15 de novembro e o de 3 de outubro é que "o TSE atendeu a todos os pedidos" de infra-estrutura.
O TSE informou que foram gastos R$ 1,6 milhão em materiais e equipamentos somente para as eleições proporcionais.
Segundo o corregedor-eleitoral do Rio, Paulo César Salomão, mais R$ 2 milhões serão gastos apenas em deslocamento e alimentação das tropas destacadas para garantir o pleito.
A primeira tentativa de evitar a fraude foi aumentar o número de equipamentos, especialmente de informática e comunicação.
Foram comprados ou alugados mais 200 computadores, 240 impressoras, 100 aparelhos de fax, 300 calculadoras, 8.000 disquetes, 117 linhas telefônicas convencionais, 20 celulares, além de 1.500 caixas de papel de impressão.
Para dar maior segurança às apurações nas áreas consideradas críticas, alguns locais de contagem de votos foram mudados.
A 24ª (Bangu/Campo Grande, na zona oeste) e 25ª (Santa Cruz/Sepetiba) zonas eleitorais serão apuradas no Riocentro (Jacarepaguá, zona oeste), juntamente com a 13ª Zona (Jacarepaguá/Barra da Tijuca).
Juntas elas somam mais de um milhão de eleitores e foram as responsáveis pela maioria das fraudes constatadas em 3 de outubro.
No Riocentro haverá até uma minidelegacia da Polícia Federal para agilizar os flagrantes de prisão dos eventuais fraudadores.
Cerca de cem agentes federais serão deslocados de outros Estados para o Rio especialmente para garantir a segurança dos juízes eleitorais nas eleições.
Alguns juízes, como Luiz Fux (da 25ª Zona), foram ameaçados de morte. Ele anda permanentemente com dois seguranças. No total, o corregedor Salomão calcula que serão 80 mil homens, entre policiais federais, civis, militares e efetivos das Forças Armadas.

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