São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Covas passeia solitário em barco pelo rio Tietê

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem se preocupar com a perda de votos no eleitorado de nível superior e de maior poder aquisitivo, Mário Covas preferiu percorrer ontem, de barco, 14 km do rio Tietê, em São Paulo. Prometeu despoluir o rio caso se eleja.
O passeio foi desanimado e em nenhum momento parecia atividade de encerramento de campanha. Nas margens do rio, não havia ninguém para ver o candidato.
Um grupo de assessores tentou animar o passeio. Acompanhava o trajeto de carro, pela Marginal Tietê, e parava em determinados pontos para acenar.
Em algumas pontes que passam sobre o rio, pessoas balançavam bandeiras. Mas a maioria era de jovens que ganham R$ 15,00 por dia por esse tipo de atividade.
O passeio demorou uma hora e meia. Na ponte das Bandeiras, onde terminou o passeio, havia maior concentração de peessedebistas. Mas também era grande a presença de "militantes" pagos.
O passeio foi feito em um barco cedido gratuitamente pelo empresário Joel Rocha Soares. O barco foi trazido de Igaraçu do Tietê (303 km a noroeste de São Paulo).
Covas não quis comentar sua perda de 11 pontos no eleitorado de nível superior, segundo a última pesquisa do Datafolha. Mas peessedebistas que o acompanhavam atribuíram a queda ao apoio recebido de Paulo Maluf.
Outros tucanos acham que Covas sabia desse risco. Mas acreditam que a perda é compensada pelos votos que Maluf poderia transferir para Francisco Rossi, caso apoiasse sua candidatura.

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