São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prejuízos podem ser motivação

JOSÉ VICENTE BERNARDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Empresas e empregados que não têm a saúde como prioridade na vida profissional podem encontrar motivações nos argumentos de especialistas em segurança.
Mauro Daffre, diretor da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, lembra que, em muitas empresas, chefes e diretores "não percebem que estão sujeitos aos mesmos riscos que seus funcionários".
Outro argumento de peso aos olhos do empresário diz respeito aos prejuízos financeiros.
Além da perda temporária ou permanente do funcionário e eventuais danos às máquinas ou ferramentas, a motivação e a produtividade da equipe caem.
Um exemplo: em 93, segundo José Borges Neto, da Villares, os prejuízos "somente com a queda na produção" foram de US$ 300 mil. "Não incluímos gastos médicos e trabalhistas. Mesmo assim, se fosse usada a metodologia norte-americana de cálculo, diz ele, o custo total dos acidentes na empresa teria sido de US$ 3 milhões.
"Nos EUA, a soma das faltas de todos os profissionais durante o ano dá 500 milhões de dias –total de trabalhadores multiplicado pela média nacional de faltas por ano. Eles gastam US$ 100 bilhões", calcula o consultor Gustavo Boog, que apresentou há duas semanas em São Paulo o seminário "Saúde Organizacional e Pessoal".
Para Ruy Cortês, 41, diretor da Boucinhas e Campos, "deveria haver uma linha de crédito para pequenas empresas investirem em treinamento." Deve haver, também, persistência. "Não iremos, de uma hora para outra, do inferno ao céu."
(JVB)

Texto Anterior: Qualidade reduz risco de acidentes
Próximo Texto: Números oficiais são contestados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.