São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Mulhere no mundo; alianças de Covas; Ciúmes de Rossi; Déficit de moradias; Exército nos morros; Voz dos trabalhadores; Aposentadps e pensionistas; Sangue e preconceito; Aversão a camisinhas; Cinto na cidade: Erros de Campos

Mulheres no mundo
"Parabéns pelo trabalho conjunto com a 'World Media', 'Mulheres no Mundo', por cada página, cada artigo, cada parágrafo."
Clélia Christofani (São Paulo, SP)

"No caderno 'Mulheres no Mundo (World Media)' de 8/11, que trata de alguns assuntos de interesse, enfocou-se a mulher africana sob um ângulo que a meu ver torna a matéria inútil e tendenciosa. Para que publicar um escrito que contribui para a eternização do exótico quando essa mulher, na verdade, constitui fonte histórica para a percepção de dimensões importantes das sociedades africanas em sua estrutura e dinâmica? Nas sociedades de organização matrilinear da África profunda, é da mulher que emana a legitimação de instâncias cruciais do direito e de processos sociais, incluindo os de natureza política, de identidade e de cidadania."
Fábio Leite, do Centro de Estudos Africanos da USP (São Paulo, SP)

Alianças de Covas
"A única intransigência legítima, em matéria política, é a intransigência ética. Não há exigência pragmática que justifique a perda da compostura eleitoral. O candidato Mário Covas faz campanha para Afanásio Jazadji, pede o apoio de Maluf e liga-se a Romeu Tuma. Agora só falta mesmo, em nome da social-democracia, conseguir a adesão de Fernando Collor e PC Farias."
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)

Ciúmes de Rossi
"Ciúme de homem é pior que ciúme de mulher, já diz o dito popular. A forma com que Rossi tenta –porém não consegue– atacar o programa de governo de Mário Covas leva a concluir por aquele ditado popular. Por quê? Porque o programa de governo de Mário Covas é resultado da participação e contribuição de profissionais experientes e sérios, comprometidos com a linha ética e programática do PSDB."
Pedro Akiiwa Fukumura (São Paulo, SP)

Déficit de moradias
"Venho cumprimentá-los pela publicação da oportuna reportagem 'São Paulo tem déficit de 750 mil moradias', assinada na Folha de 9/11 pelo jornalista Alexandre Secco. A referida matéria retrata fielmente e com isenção o grave problema habitacional paulista, o esforço do governo Fleury para atender à demanda por moradia da população do Estado e certamente será usada como subsídio pelo governador a ser eleito nos próximos dias. Quero ressaltar que os gráficos que acompanham a matéria dimensionam de forma muito clara o problema da moradia e o desafio a ser enfrentado pelas autoridades empenhadas em conseguir alojamento condigno para a população de baixa renda."
Geraldo Cesar Bassoli, secretário de Estado da Habitação (São Paulo, SP)

Exército no morro
"As recentes decisões do governo federal de intervir na polícia do Rio transformaram-se em manchetes de mídia. O que há de eleitoreiro nessas decisões? Vindas às pressas e em véspera de novas eleições elas, no mínimo, mereceriam um maior questionamento por parte da imprensa. No entanto, o centro das discussões parece residir apenas na eficácia de tal intervenção. Todos sabem que providências dessa natureza são incapazes de dar solução ao grande problema do tráfico, que não se resume em desalojá-lo dos morros e das favelas."
Júlio Afonso Sá de Pinho Neto (Rio de Janeiro, RJ)

Voz dos trabalhadores
"É estranha a forma como José Sarney vê o Brasil (Folha, 28/10), parecendo que ele não conhece profundamente a situação da maioria dos brasileiros. A classe trabalhadora pode ter adquirido um pouco de voz, mas não afeta realmente os alicerces do sistema e a classe empresarial. Continuamos servos dos patrões, sim. Dependemos do salário que eles nos pagam e nós trabalhadores sabemos o que representa a liberdade num sistema capitalista: desemprego, fome, más condições de vida e outros infortúnios."
Fernando Machado (São Paulo, SP)

Apoesentados e pensionistas
"Lendo o artigo do dr. José Martins Filho (reitor da Unicamp) dia 2/11 em Tendências/Debates, voltei a ter estímulos de luta em prol dos aposentados e pensionistas, categoria tão marginalizada e sofrida de nossa sociedade. Ficaram tão claras as idéias do articulista que, no momento que o novo governo for transparente nas suas atitudes, demonstrando as contas da Previdência para a população, não haverá necessidade de grandes mudanças, e sim honestidade e lisura de administração."
Franklin de Caria Junior (Conchal, SP)

Sangue e preconceito
"Em artigo publicado pela Folha em 7/11, o dr. Dalton Chamone, diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue, faz uma análise preconceituosa que qualifica a pessoa inapta para doar sangue (25% da população brasileira) como 'aparentemente saudável' e, pior, a identifica como 'portadora de algum tipo de moléstia'. Já nos parece um equívoco importante considerar inaptas para doar sangue, após inquisitorial escrutínio de enfermarias da Fundação Pró-Sangue, homossexuais ou pessoas que já tiveram relações homossexuais, pessoas que já experimentaram drogas (independentemente de qual, quando, como), pessoas que fazem tratamento com acupuntura etc. Considerar, além disso, que tais pessoas são 'enfermas' já é além da conta."
Maria Helena de Castro Lima e Ferdinando Crepalde Martins (São Paulo, SP)

Aversão a camisinhas
"O dr. Vicente Amato Neto pode falar de cátedra sobre 'quem vive de Aids', pois ele mesmo cobra muito caro por consulta. Nós, da Associação para Prevenção e Tratamento da Aids, somos complacentes, compreendemos inclusive a aversão do doutor pelas camisinhas. Ele mesmo revelou a razão em recente seminário: trauma de infância. Complacentes, oferecemos nosso serviço de aconselhamento psicológico (terças e quintas) ao doutor. O serviço é gratuito, como também é gratuita a distribuição de camisinhas que lá fazemos."
Teresinha Cristina Reis Pinto, presidente da Associação para a Prevenção e Tratamento da Aids (São Paulo, SP)

Cinto na cidade
"Alô Barbara Gancia! Já fui tomar café com o Maluf! Não perdi tempo combatendo o cinto. Sempre fui a favor do seu uso e, como você mesmo disse, sou responsável por tê-lo colocado como obrigatoriedade em área urbana, no futuro código. Insurgi-me contra a forma. A prefeitura não tem competência legislativa em área de trânsito. Imagine o prefeito da cidade praiana que quer apresentar projeto para desobrigar o uso de capacete pelo motociclista 'porque faz muito calor e o capacete atrapalha'. Isto quase aconteceu... Este é o motivo da uniformidade do sistema a nível nacional, no aspecto legislativo. Entretanto, encontrei a mágica jurídica para solucionar o problema, também jurídico. É a assinatura de convênio com a prefeitura, passando ao Estado a obrigação até de cobrar a multa, sem prejuízo da decisão sobre a inconstitucionalidade da lei."
Cyro Vidal Soares da Silva, diretor do Detran –Departamento Estadual de Trânsito (São Paulo, SP)

Erros de Campos
"É lamentável que um homem da inteligência e cultura de Roberto Campos, em sua entrevista de 30/10 à Folha, utilize o idioma tão canhestramente, usando e abusando de 'você' para cá e para lá, em vez do reflexivo 'se' ou do plural 'nós' ou do coletivo impessoal 'a gente', mais elegantes e em consonância com o gênio da língua e os bons autores, sem necessidade de atribuir ao interlocutor idéias que, possivelmente, ele não tem."
A. Fonseca Pimentel (Brasília, DF)

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