São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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À moda do cinema mudo

Cleide Fayad sempre foi a melhor vitrine de sua moda. Quando adolescente e atriz de teatro alternativo, lá em Porto Alegre, fazia questão de destoar da tchurma circulando com chapéus diferentes, feitos por ela mesma. Ligada em acessórios exóticos –como o cinto de cowboy com cocar de índio–, também foi pioneira no uso, sobre a calça comprida, de meiões de jogador de futebol, feitos com restos de lã colorida. As gurias iam gostando e encomendando. O grupo de teatro, sem dinheiro, deixou o figurino por conta de Cleide. A atriz virou estilista.
Em 87, veio para São Paulo, participar de uma oficina de circo com o grupo de Cacá Rosset. Aprendeu acrobacia, mas se interessou muito mais pelos panos alegres de palhaços e trapezistas. Abriu aqui uma assessoria de moda e passou três anos desenvolvendo peças para marcas como Alpargatas, Ted Lapadus e Survivor. "Fiquei muito tempo dentro de fábrica e aprendi sobre modelagem e acabamento."
Além de chapéus e cintos, começou a desenhar lingerie e vestidos. Ao mesmo tempo, fazia figurinos para cinema e comerciais e produzia fotos de moda. Por último, resolveu aprender corte e costura mesmo –e ter mais controle sobre o resultado de suas idéias.
A costura de tudo isso gerou a grife de acessórios Cinema Mudo –mais que um nome, uma paixão de Cleide e uma influência nos seus figurinos. Neste verão, a marca passa a ter também uma linha de vestidos em chita e microfibra. São simples, confortáveis e divertidos –até no preço. "Tento desmistificar um pouco o valor da roupa e respeitar a pessoa dentro dela", diz. Quem veste é que dá status à peça, não o contrário, acredita. "Minhas criações combinam com lojas dos Jardins e feiras livres." –H.H.

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