São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994 |
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Cultura volta a investir na produção independente
RONI LIMA
Dirigida por Marco Altberg e reunindo um elenco que inclui Othon Bastos, Nelson Xavier, Anselmo Vasconcelos, Ângelo Antônio e Lu Mendonça, a minissérie narra um drama rural e foi gravada em fazendas do interior de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Baseada no livro homônimo do escritor mineiro Carlos Herculano, "Sombras de Julho" é uma história atemporal que mostra a divisão e destruição de duas famílias pela posse de terras. "O importante nessa história são os personagens, que são muitos fortes. É um pouco um bangue-bangue, com final surpreendente", diz Altberg, 41, fazendo mistério. Sua primeira idéia foi realizar um longa-metragem. Mas com as dificuldades de se fazer cinema no país, optou por uma co-produção com a TV Cultura, orçada em US$ 300 mil e tendo o Banco Nacional como patrocinador. Filmada em super-16 e telecinada para a TV Cultura, a minissérie deverá, posteriormente, ser comercializada e exibida, em um único bloco, em cinemas do Brasil e do exterior. "A associação com a TV é o caminho do cinema no mundo todo. O Brasil ainda está muito atrasado nisso", diz Altberg, que já dirigiu três longas ("Prova de Fogo", "Aventuras de um Paraíba" e "Fonte da Saudade"). Esta é a terceira experiência do gênero promovida pela TV Cultura, que já exibiu o filme "Veja essa Canção", de Cacá Diegues, e atualmente transmite a minissérie "Confissões de Adolescente", da dupla Daniel Filho e Euclydes Marinho, sócios da produtora DEZ. Para a atriz Lu Mendonça, filmar com Altberg –que produz e dirige na Rede Manchete o programa dominical "Revista Banco Nacional de Cinema"– foi um prazer. "Foi um astral maravilhoso. Ele é um diretor muito seguro e tranquilo", diz. Lu faz o papel da matriarca de uma das famílias, que vai ficando louca no desenrolar da trama. "É um personagem de peso, que me envolveu muito. Pra voltar depois ao meu normal, demorei dois dias", conta a atriz, que acaba de fazer uma participação especial na novela global das 20h30 "Pátria Minha", como a líder favelada Lourdes. Texto Anterior: Mal-estar na cultura Índice |
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