São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994 |
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Mal-estar na cultura
INÁCIO ARAUJO Conhece-se Cronenberg. "Scanners" ou "Gêmeos - Mórbida Semelhança", "Videodrome" ou "A Mosca" são demonstrações de uma carreira voltada ao mal-estar na civilização. Contam de diferentes formas a história de um homem-Prometeu que, em busca do conhecimento, corre atrás da própria desgraça. O primeiro Cronenberg, o de "Calafrios", já tem todos esses elementos. Mas, da própria miséria da produção, o canadense tira um humor agressivo: e lá estão esses estranhos parasitas fálicos, pulando e se disseminando, dando prazer e matando. Em suma, com seu talento originalíssimo, era a Aids que Cronenberg já anunciava, isto é, a morte do homem a partir dos próprios princípios da vida: o conhecimento e a sexualidade. (IA)CALAFRIOS (The Parasite Murders). Canadá, 1978, 84 min. Direção: David Cronenberg. Com Paul Hampton, Joe Silver, Barbara Steele. No SBT. Texto Anterior: Kafka escraviza diretor Próximo Texto: Cultura volta a investir na produção independente Índice |
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