São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994 |
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No MA, candidatos pagam ônibus a eleitor
CRIS GUTKOSKI
Os dois estão utilizando ônibus para levar eleitores de São Luís até cidades do interior. A lei eleitoral, em seu artigo 57, considera crime qualquer forma de aliciamento do eleitor. A pena é de prisão de um a três meses. No comitê de Cafeteira, ontem pela manhã, dois cartazes anunciavam ônibus para 28 cidades do interior do Estado, com saída do Aterro do Bacanga, próximo ao centro, entre 8h e 18h. Os ônibus para as cidades de Vitória do Mearim e Presidente Juscelino sairiam hoje, às 6h. Uma integrante do Movimento de Mulheres do comitê informava aos eleitores, que não conseguiram vaga, que a campanha tinha tentado alugar 200 ônibus, mas só conseguiu 60. Na rodoviária de São Luís, o funcionário Francisco de Assis, da empresa Transbrasiliana, informou que o deputado estadual eleito Antônio Pontes de Aguiar (PSC), aliado de Roseana Sarney, comprou cem passagens para Chapadinha (252 km de São Luís), para as 15h de ontem. O deputado pagou R$ 968,00 em dinheiro, segundo Assis. Ainda no primeiro turno, segundo o gerente da Transbrasiliana, Raolino Pereira Borges, Cafeteira e Roseana solicitaram ao Setrema (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão) o orçamento para a compra de 10 mil passagens. O negócio, disse Borges, não foi concretizado. O ajudante de pedreiro Antônio Feitosa dos Santos esteve ontem pela manhã no guichê da Transportadora Cisne Branco perguntando pelas passagens que "os políticos estão dando de graça". "Eu dou o meu voto para quem ajudar a me levar", disse. O voto de Santos custa R$ 12,50 (o preço de uma passagem até Zé Doca, a 318 km de São Luís). A funcionária Dulce Coelho, da Cisne Branco, disse que desde sexta-feira estava vendendo passagens em blocos de 10 e 20 com data e horário em abertos para políticos. "Os políticos não ficam aqui distribuindo. Eles mandam alguém comprar", afirmou Dulce para o agricultor José Luiz Figueiredo. Figueiredo foi até a rodoviária porque o deputado estadual Mário Carneiro (PMDB), aliado de Roseana, havia lhe prometido uma passagem para Tuntum (382 km de São Luís). No comitê de Cafeteira, a dona-de-casa Maria Moreira sugeria aos eleitores que não haviam conseguido lugar nos ônibus que se dirigissem à rodoviária. Texto Anterior: Disputa pelo governo em Roraima divide coligação que elegeu FHC Próximo Texto: PPR e PFL não explicam aluguel Índice |
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