São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Recuo de Ciro Gomes tranquiliza locadores

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A declaração do ministro Ciro Gomes, da Fazenda, de que não pretende mais propor a suspensão da "denúncia vazia" nos contratos de aluguel residencial, foi bem recebida pelo representantes do mercado de locação.
"O setor deve voltar à tranquilidade, dentro da 'anormalidade' na qual já vinha vivendo", diz Hubert Gebara, conselheiro da Fenadi (Federação Nacional das Adminsitradoras de Imóveis).
Ele quer dizer que, independentemente da existência da "denúncia vazia" (retirada do inquilino sem qualquer motivo após o final do contrato), o mercado já vinha enfrentando uma oferta insuficiente para atender à demanda e aluguéis iniciais muito elevados.
Mas foi revertida a previsão inicial de que o número de imóveis ofertados para locação cairia até 50% em um prazo de 30 dias (se a denúncia vazia fosse suspensa) e os valores subiriam ainda mais.
"A oferta e o preço devem continuar aumentando lentamente, como vem ocorrendo desde julho, quando o real entrou em vigor", diz Gebara.
Os imóveis disponíveis para locação na cidade de São Paulo subiram de 2.000 unidades em fevereiro para 3.000 em outubro. Os dados são de pesquisas da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios).
Entretanto, segundo José Roberto Graiche, presidente da entidade, esse número está longe de atender à procura na capital paulista, hoje em torno de 6.000 a 7.000 imóveis por mês.
Já os aluguéis iniciais subiram 33% de julho a outubro, contra uma inflação de 15,67%, medida pelo IPC-r.
Para Gebara, a crise que o mercado de locação enfrenta há vários anos só será revertida com um plano habitacional que estimule a construção civil e traga os investidores de volta para o setor.

Texto Anterior: Receita cresce 102% em 94 e é de US$ 1,58 bi até outubro
Próximo Texto: Alimentos pressionarão menos inflação este mês
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.