São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Ministro quer alterar acordo com petroleiros

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, afirmou ontem, em Fortaleza, que não tinha conhecimento do acordo firmado com os petroleiros.
Ele vai se aliar ao ministro do Planejamento, Beni Veras, no sentido de que os pontos polêmicos sejam retirados do acordo em reunião às 15h de hoje com o presidente Itamar Franco.
Ciro Gomes disse que chegou a redigir em seu lap-top a base do acordo, ainda numa reunião de negociação no Hotel Plaza, em Juiz de Fora (MG). Esse texto, segundo ele, não previa, por exemplo, o pagamento dos resíduos do Plano Bresser nem a anistia para os sabotadores.
"Os petroleiros terão o acordo na mesma base que as demais categorias", afirmou. Sobre o pagamento dos resíduos do Plano Bresser, o ministro afirmou que a sugestão apresentada ainda em Juiz de Fora era a de se criar uma comissão para discutir o tema, "já que não ficou claro que havia a dívida."
A anistia aos líderes sindicais, segundo Ciro Gomes diz ter conhecimento, não atingiria "os trabalhadores identificados em inquéritos depois de ampla defesa." Segundo ele, "os identificados serão demitidos."
O ministro Beni Veras defendeu também a queda de outra cláusula do acordo firmado pelos ministros Marcelo Pimentel (Trabalho) e Delcídio Gomez (Minas e Energia).
Trata-se da estabilidade do emprego conseguida pelos petroleiros. "Os outros setores do funcionalismo podem cobrar, o que prejudica o Plano Real", afirmou Veras, em sua casa, em Fortaleza.
Veras disse que não faria outros comentários sobre o assunto para "não parecer" estar "pressionando o presidente Itamar Franco."
Veras e Ciro Gomes conversaram ontem por telefone sobre o acordo com os petroleiros. Eles deixaram para definir a estratégia de ação de ambos na reunião com Itamar durante a noite de ontem, quando retornariam no mesmo avião para Brasília.

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